O dia seguinte ao pedido do segundo resgate seria a demissão do Governo, a pedido do primeiro-ministro ou por dissolução do parlamento pelo Presidente da República, pelo reconhecimento implícito do falhanço das políticas seguidas e de todas as metas e objectivos propostos e, depois de todo o processo concluído – convocação de eleições, campanha eleitoral, ida a votos e tomada de posse do novo Governo eleito, a resignação de Cavaco Silva por co-responsabilidade em todo o processo que nos trouxe até aqui, ao segundo resgate, pelo suporte dado ao primeiro Governo PSD-CDS/PP, pelo segundo Governo, de iniciativa presidencial, Coelho/ Portas, e pela tentativa falhada, até ver, de arrastar um PS inseguro, pela mão de um panhonha Seguro, para o turbilhão.
Seria. Daí a converseta do «Portugal não pode passar por uma crise política que conduza a eleições» – já que a crise económica e social parece não interessar por aí além; daí o blah-blah-blah mavioso de 'mindinho' Mendes, a preparar, em antecipação, o terreno para que o "pai da Direita" saia incólume e passe pelos intervalos da chuva – «Cavaco Silva poderá sempre dizer que a culpa não foi dele».
Seria. O normal funcionamento das instituições democráticas numa democracia adulta, a mui famosa ética republicana. Seria mas não será porque, sejamos claros, ainda há muito Estado, e Estado social, para desmantelar e saquear, ainda há muita relação laboral para liberalizar, o trabalho a que se propuseram ainda não está concluído.
O dia seguinte vai ser muito feio de se ver.
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