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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| Resumidamente é isto

por josé simões, em 26.06.15

 

banksy.jpg

 

 

"Muita gente já esqueceu, e muita outra não valorizou o golpe, mas foi Merkel, com a aquiescência dos parceiros, que em Novembro de 2011 impôs uma mudança de Governo em Itália, tirando Berlusconi, três vezes eleito, e pondo no seu lugar Mario Monti, um homem que nunca tinha ido a votos, e teve de ser feito (num domingo) senador vitalício para ocupar o lugar de primeiro-ministro. Isto aconteceu na Itália, que não é exactamente a República das Maldivas. Foi logo a seguir (cinco dias de intervalo) ao golpe grego, quando Papandreu se viu substituído por Lucas Papademos, que vinha do BCE e também nunca tinha ido a votos. Papandreu tinha cometido a heresia de dizer em voz alta que ia propor um referendo sobre a permanência da Grécia no euro. Em 48 horas estava na rua. No Outono de 2011 andava toda a gente distraída, e não devia, porque foram dois golpes de Estado decididos em Berlim, com a cumplicidade de Sarkozy e o beneplácito da tropa fandanga a que chamamos líderes europeus. A opinião pública internacional assobiou para o lado.


O actual folhetim grego é um remake foleiro. É deprimente ouvir os comentadores a esgrimir números sobre a Grécia, sabendo-se que os números gregos, sensatos ou delirantes, não importa, são a última preocupação de Merkel, Juncker, Dijsselbloem, Lagarde, Draghi, Tusk e parceiros menores. Nenhum deles quer saber de números para nada. Tsipras podia fazer espargata em plena Cimeira e o mais que conseguia era pôr Schäuble a bocejar. A UE não aceita um Governo do Syriza e o overacting de Varoufakis desobrigou toda a gente de boas maneiras."


Resumidamente é isto: "Folhetim".


[Imagem de Banksy]

 

 

 

 

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