Querida, mudei o blogue
Os gajos do sapo, que são uns gajos porreiros [pá!], resolveram rebocar-me, de reboco, e pintar-me o blogue. Dizem que fica mais funcional para aparecer em tabletes e ai fones e androides e o coise, que eu ainda sou do tempo, e não foi há tanto tempo quanto isso, escusam de ficar já aí "éeeee, o gaije é bué velho!", em que um gajo não precisava do telemóvel para nada e saía de casa na boa e só voltava atrás se tivesse esquecido a carteira e se precisasse de telefonar a alguém ia à cabine ou ao café e telefonava para casa da vizinha desse alguém que o ia chamar depois. E depois apareceram uns telemóveis tamanho dos tijolos que os pretos usavam para ouvir hip-hop e dançar break dance, na altura em que os pretos eram pretos e não afro-amaricanos e ouviam coisas a sério saídas de rádios a sério e não merdas tipo Anselmo Ralph e outras merdas e kizombadas ainda piores saídas de aparelhos tamanho de carteiras de fósforos com qualidade sonora tamanho das cornetas de som nas barracas das feiras. E depois os gajos iam para a praia com a geleira numa mão e um telemóvel tamanho de uma geleira na outra e com autonomia de bateria tamanho duma pilha de volte e meio e aquilo tocava e ficava a praia toda, dentro e fora de água, a olhar para o ilustre a atender o amigo que tinha ido a casa da vizinha pedir, sff, se podia fazer uma chamada. Paneleirices que vieram complicar a vida a um homem. Agora já está, o blogue. Gostam, gostam, não gostam, temos pena.
[Imagem de autor desconhecido]