||| Protestos, século XXI
O "rolezinho", ou lá o que é, é o que menos importa. O curioso, ou nem por isso, sinais dos tempos, dos tempos não exclusivos brasileiros, é o protesto, sim, porque é de um protesto que se trata, ser marcado para um lugar público, de administração privada, com direito de admissão, e não para um lugar público de administração pública, uma praça, uma rua, uma avenida. Podíamos ir pelas novas centralidades e pela reconfiguração urbana, e vamos por aí, mas até por aí a agenda neo-liberal conseguiu impor as regras e marcar a agenda. Encerra-se o centro e mata-se o protesto. Fica muito bonito nas televisões e nas fotos do blog da The Atlantic, os 15 minutos wharolianos, inócuos e inconsequentes, talvez até contraproducentes, a moral da lei e da ordem espicaçada na opinião pública, "os bandalhos anarquistas e desrespeitadores" do direito dos outros à liberdade que vão para ali, para o shopping, estragar o direito ao negócio e o direito a gastar, e a passear, e a passear em família [muto importante!]. E prontes, a válvula de escape funcionou, coitus interruptus para os manifestantes, oportunidade para expor o "sentido de Estado" para a Lei e para a Ordem, e para o opinião privada escudada na opinião pública. A Naomi Klein "adivinhou" isto em No Logo.
Enquanto continuarmos todos a jogar o jogo segundo, e seguindo, as regras de quem criou o jogo…
«A nova palavra de protesto no Brasil chama-se "rolezinho"
[Imagem]