"Portugal para os Portugueses"
A direita dita democrática, e cada vez faz mais sentido colocar o dita à frente de democrática, deu o passo que faltava: legitimar a extrema direita. E não é a direita trambiqueira do dia-a-dia do debate político, que também aparece em cartaz na 3.ª Convenção do Movimento Europa e Liberdade, é a direita da cultura e da academia que dá a cara. Nomes como Miguel Poiates Maduro, Francisco José Viegas, António Nogueira Leite, José Adelino Maltez ao lado de André Ventura e Jaime Nogueira Pinto.
E depois o case study Sérgio Sousa Pinto, em tempos de blogues e início de redes sociais com estatuto de next bih thing do PS, e que nos últimos tempos se notabilizou na primeira linha do combate à "Geringonça", no painel de debate "A intolerância cultural e a ditadura do politicamente correcto", encerrado pelo líder do Chaga, exímio em destilar ódio contra minorias étnicas e culturas diversas. O raciocínio de Sérgio Sousa Pinto, sempre com a boca cheia de Mário Soares, quase quase quase, falta-lhe dar esse passo, a reclamar ser o guardião do seu legado político, é que se o então fundador e líder do PS trouxe o CDS para o "arco da governação", também o actual PS pode fazer o mesmo com o Chaga, ignorando que com o fascismo não se debate, combate-se.
Mais fascismo menos fascismo o ponto de vista é simples: se o programa económico do Chaga e da Ilusão Liberal, semântica e léxico à parte, mais ponto menos vírgula, é exactamente o mesmo - privatizar, privatizar, privatizar, desmantelar o Estado e o estado social em benefício de interesses privados, se não vamos [vão] lá pela boa educação e discurso elaborado, vamos [vão] pelo discurso primário do Chaga, mais mobilizador do eleitorado. Os fins justificam os meios.
[O título do post foi o que li da primeira vez que vi o flyer, e não deve andar muito longe disso.]