Os maquinistas do funcionamento da democracia
Quando a extrema-direita, com ligações a bandos nazis, ganhou as eleições na Holanda, na Finlândia, na Áustria, por exemplo, o Facebook e o Twitter encheram-se com o "foi a democracia a funcionar", vejam lá se querem fazer eleições até o povo decidir aquilo que vocês querem que decida.
O Sinn Féin [o braço político do IRA ou o IRA o braço armado do Sinn Féin] ganha na Irlanda e os "maquinistas do funcionamento da democracia" enxameiam as redes com um "é prova da fraca memória da sociedade" e um perigo para a Europa, os ignorantes bebedores de Guinness vão-se dar mal com o socialismo e o esquerdismo, depois não digam que não foram avisados. Assim se desvia o foco do porquê da vitória dos "terroristas" no paraíso do liberalismo na Europa e do crescimento económico a perder de vista, um exemplo que o partido dos memes e outdoors agitou durante as legislativas, a seguir ao Chile dos confrontos nas ruas com o exército e a polícia, como se Pinochet estivesse vivo e de boa saúde. E se calhar até está.
Uma coisa que a gente vai aprendendo com o tempo é a disponibilidade da direita dita democrática para, escudada na desculpa do "funcionamento da democracia", compactuar com totalitarismos e com a ascensão dos fascismos. A qualidade dos "democratas" de direita é deveras surpreendente.
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