O meu Livro da Terceira Classe
Marcelo quis passar o seu primeiro 10 de Junho enquanto Presidente da República no sítio onde o costumava passar com o pai e fica-lhe muito melhor ter disto isto quando lhe perguntaram o porquê do regresso do Dia da Raça Dia de Portugal ao Terreiro do Paço Praça do Comércio, 42 anos depois, do que a desculpa enrolada que deu aos jornalistas, ele que até escreveu a fotobiografia do progenitor.
E depois há o discurso dos chavões e de toda a construção histórica, romanceada, do Portugal heróico e universalista, evangelizador e integrador dos indígenas, elaborado e escrito por António Ferro no Secretariado Nacional da Propaganda e declamado por José António Saraiva na televisão pública em horário nobre, aprendido nas secretárias de tampo de madeira com encaixe para o tinteiro necessário para a disciplina de Caligrafia em papel de duas linhas, e o tempo dado à História de Portugal e à Geografia das províncias ultramarinas, Brasil incluído, independente desde 1822, e Goa, Damão e Diu, ainda nossas nos anos 70 e em vésperas do 25 de Abril.
Marcelo é um Livro da 3.ª Classe vivo.