O medo, o Estado Islâmico, o medo do Estado Islâmico e um palerma como presidente da França
O mote foi dado por François Hollande logo na hora e a sangue quente: é um atentado terrorista do Daech [em árabe]. Estava dito, está dito. O medo não é só amigo dos terroristas, islâmicos ou outros, também aproveita à máquina do Estado ainda democrático, apesar de mesmo que administrada por partidos de esquerda e ditos do socialismo democrático.
Pressionado por todos os lados pelo discurso da Frente Nacional, Hollande responde à la Frente Nacional, como a Frente Nacional gosta de ouvir, Hollande enterra-se ainda mais, dá mais força à Frente Nacional e dá trunfos ao medo do 'Mal', que reivindica a acção 48 – quarenta e oito – 48 horas depois [!] Passa assim oficialmente a atentado, by appointment do Estado Islâmico, depois de oficiosamente indicado para tal pelo Estado francês. O medo.
Estava dito, está dito. E agora Hollande vai ter de explicar como é que um fundamentalista islâmico "comia carne de porco, bebia álcool e consumia drogas" como dizem as televisões todas. É uma radicalização rápida, instantânea como as tendas de campismo do Decathlon. O medo é amigo e há que levar a narrativa a bom porto. O mesmo porto das dezenas de detidos de células terroristas em Molenbeek logo a seguir ao atentado de Bruxelas: libertados e nunca mais ninguém ouviu falar deles.
Se fosse hoje o desequilibrado da Germanwings também era um terrorista islâmico. E tinha sido muito mais fácil.
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