O Flautista do Rato
Diz António Costa, ou melhor, escreve António Costa que "é gravíssimo do ponto de vista da relação institucional com o Presidente da República e inadmissível no relacionamento que o Governo deve manter com as empresas públicas" as manigâncias do ex-secretário de Estado com a TAP, e como só agora disse, ou melhor, só agora escreveu, depreende-se que todas as trapalhadas e 'whatsappadas' e trafulhices e malfeitorias que todos os outros, ministros, secretários de Estado, grupo parlamentar fizeram, tratar o Estado como propriedade do partido e companhia aérea como coutada do PS, não são "gravíssimas", na escala de gravidade do primeiro-ministro, já que não lhe mereceram reparos terminados em "íssimo". E António Costa disse, ou melhor, António Costa escreveu esta coisa logo uma legião de comentadeiros e paineleiros e analistas e politólogos com lugar cativo nas televisões vieram mui profundamente perorar que isto reflectia um problema de liderança e autoridade no Governo e no partido, ou no partido e no Governo, que no caso do PS vai dar no mesmo, quando é exactamente o contrário, isto é o reflexo da liderança ela própria, porque nunca é nada com António Costa, não sabia de nada, não tomou conhecimento, foi à sua revelia, é só o chefe do Governo [o que é que vocês também agora querem?] que se vê obrigado a demitir ministros e secretários de Estado depois dos ditos já se terem demitido.
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