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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

O eucalipto, esse grande injustiçado

por josé simões, em 22.09.24

 

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Uma quinta biológica, uma fábrica de casas de madeira, uma plantação de mirtilos, uma oficina de reparação automóvel, um aviário de pintos, um olival, colmeias, uma malhada de porcos, uma vinha, uma criação de cavalos, tudo levado pelo fogo. Estas têm sido nos últimos dias as reportagens em todos os canais de televisão. Investimentos de uma vida, criação de emprego, criação de riqueza, fixação de populações no interior, apesar do poder central se estar a borrifar para o interior e retribuir com o encerramento de serviços, escolas, tribunais, repartições de finanças, centros de saúde. O famoso "empreendedorismo" com que os papagaios a ocuparem temporariamente cargos políticos aparecem com a boca cheia na propaganda barata a parecer música aos ouvidos de quem ainda quer acreditar. A todas, da quinta biológica à criação de cavalos, um ponto em comum pela boca dos proprietários, investidores, empreendedores, criadores de emprego, "tínhamos tudo limpo à volta e fomos vítimas do fogo que veio do eucaliptal aqui ao lado". O eucalipto, esse grande injustiçado. É perguntar ao ministro da Agricultura pela "esquerda fundamentalista , e alarmista, do ambiente, é perguntar ao poder autárquico do "petróleo verde" que pede adiamentos na aplicação de legislação, é perguntar aos "portas giratórias" que eles confirmam precisamente isso, a injustiça que se faz ao eucalipto neste país.

 

[Imagem de autor desconhecido]