Não aprendemos nada
Veio o Salvador Sobral e disse que a música não é fogo de artifício. E vieram logo os músicos e os críticos todos analisar a simplicidade da música quase minimal ignorando que o rapaz cantou uma versão jazzy de um tema jazz, adiante. E acrescentaram todos os outros de plantão às televisões e aos jornais para estas ocasiões, e para as outras que não têm nada a ver com estas, o despojamento do personagem, numa ilha em forma de palco, sem ter ido à cabeleireira e à manicura e com uma roupa sem grife, se calhar do comércio justo, e sem o barulho das luzes e das máquinas de fazer fumos. Prontes, aqui estava o segredo, o 4.º segredo da Eurovisão, as pessoas estavam estão fartas de rococós, se calhar educadas pela austeridade que varre a Europa de uma ponta à outra, vamos voltar, todos, outra vez ao estilo românico, schnell,schnell.
E depois, ainda alguns andavam nisto do minimalismo e do despojamento e já outros avançavam com um número de 30 milhões. Não aprendemos nada, pois não?
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