||| Mais vacuidades e banalidades
"Os valores sociais e as expectativas" – novos contra velhos, privado contra público, não honrar os compromissos, não confiar no Estado que não é pessoa de bem, vale tudo para progredir na carreira, de quem a tem;
"as qualificações" – depois da geração mais bem qualificada de sempre, a geração do abandono escolar, saber ler e saber contar e trabalhar com as mãos em ofícios diversos;
"e a transição para a vida activa" – meses e anos em acções de formação e cursos vários sem aplicação e utilidade na vida activa e no dia-a-dia, empregos mal remunerados em call centers e cadeias de fast food e na restauração na época alta, um corrupio de volta das agências de trabalho temporário;
"a mobilidade geográfica" – mobilidade geográfica depois da sedentarização do homem. Os de Braga vêm trabalhar para os empregos que não há em Setúbal e os de Setúbal para os que não há em Faro e assim sucessivamente, a ganhar o salário mínimo nacional, de regresso ao bairro da lata pelas rendas de casa incomportáveis;
"a mobilidade social" – o filho do rico casa com a filha do rico e a filha do patrão casa com o filho do patrão e os outros juntam os trapinhos por artes e ofícios. Manda quem pode, obedece quem deve. Cada macaco no seu galho. Sim sô tôr;
"a relação que têm as culturas" – o InteRail e o Erasmus a fazer mais pela integração europeia do que milhares de burocratas há dezenas de anos em Bruxelas. Acabe-se com isso, com o InterRail e com o Erasmus e com as ideias perniciosas que põem na cabeça dos jovens;
"e a forma como os jovens intervêm na política e na sociedade como cidadãos" – abstenção e desilusão e descrença. Extremismos e falta de respeito pela autoridade do Estado.
Quatro anos de Governo de iniciativa presidencial e mais vacuidades e banalidades ou até coisas que não interessam nem ao Menino Jesus. A menos que os conferencistas não sejam as mesmas Katias Guerreiros e espremedores de Nutella de sempre, vai ter tanta importância para os jovens e tanto impacto na sociedade presente, e em linhas mestras para o futuro, como tem uma pedra a cair no Atlântico atirada do Cabo da Roca.
Só já faltam dois longos anos e não sei se será possível ajudar a terminar o mandato com um mínimo de dignidade alguém que em em oito anos não se deu ao mínimo trabalho de a ter.
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