Justiça nazi
Em "Justiça Nazi, a lei do holocausto" Richard Lawrence Miller explica como o poder legislativo alemão se transformou numa organização criminosa e em como "a vida pública foi gradualmente dominada por um aparelho burocrático indiferente ao atropelo dos direitos humanos com a comunidade a colaborar de boa mente no processo [...], e alerta-nos para "o desfecho inevitável da pretensão de excluir determinados membros da sociedade, mediante abusos sistemáticos da interpretação da lei, susceptíveis de ocorrerem em qualquer país do Ocidente".
Uma semana depois de Jeff Sessions, secretário da Justiça norte-americano, citar a Bíblia para legitimar as políticas de imigração da administração Trump e a separação de filhos dos pais, temos o país de André Biss de "Como Foi Salvo Um Milhão de Judeus", governado por Viktor Orbán, com assento no Parlamento Europeu na bancada do Partido Popular Europeu, do PSD e CDS, no dia Mundial dos Refugiados a aprovar um pacote legislativo que torna crime prestar auxílio a quem entre no país sem documentos legais e criminaliza os sem-abrigo.
Onde é que falhámos todos, individualmente e como comunidade, 70 anos passados sobre a derrota do nazismo e do fascismo? Foi no não contar, no não falar, no não passar a memória.
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