||| Extremismos é só "lá fora"
Todos os comentadores e analistas a borrifar-se para o diagnóstico mas unânimes na análise, ou a fazer coro com Francisco Assis, como quiserem, de que este PS virado à esquerda não é o PS, que não há acordos políticos fora do centrão, que mais cedo ou mais tarde o PS vai pagar caro por este reposicionamento ideológico e que mais cedo do que tarde vai voltar à casa de partida, quiçá com um Assis ou o Assis himself.
Mas isso foi só ouvir uma parte do discurso de António Costa no encerramento do congresso do PS, a parte que lhes interessou ouvir, por coincidência a parte que interessou também ouvir ao PSD e ao CDS que reagiram, amuados e com maus modos, logo logo logo assim que se cantou o hino, e pela boca de duas das personagens que personificam o que de mais repugnante e abjecto o centrão do arquinho e balão da governação de que António Costa, pelo menos em palavras, foge.
A parte que os comentadores, analistas, e Francisco Assis não ouviram, ou fingiram não ouvir, foi a parte dos extremismos que o centrão, subjugado à agenda liberal, está a alimentar por toda a Europa e que, mais cedo do que tarde, vai chegar também a Portugal e, entre ser secretário-geral de um PASOK ou absorver o eleitorado de um Podemos, António Costa fez escolhas e optou.
Eu, se fosse de direita, também ficava muuuuuito chateado por ver a esquerda fugir do "abraço do urso". Olá, se ficava.
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