Espelho meu, espelho meu, existe alguém mais populista que eu?
Um dia depois de se saber que a Agência Europeia do Medicamento ia para Amesterdão o Governo anuncia a ida do Infarmed para o Porto, numa luta taco-a-taco com o populista do regionalismo-futeboleiro Rui Moreira para ver quem ganha o prémio do populista mais populista de Portugal e antes que comecem a vir a terreiro as vozes que insinuaram a desistência de Lisboa ser devida à percepção de que a derrota seria estrondosa e copiosa e assim que se lixassem os parolos do Porto, como se a descentralização e a regionalização [até ver chumbada em referendo exigido pelo actual Presidente da República enquanto líder do PSD] se resumisse à transferência de competências e de centros de decisão de Lisboa para o Porto, da capital para a vice-capital.
E que se lixem os parolos que trabalham no Infarmed, com vida feita e mulher e marido e filhos e casa montada em Lisboa, que chalé com piscina, 4 topos de gama à disposição, seguro de vida no valor de um milhão, mais salário, como as mordomias do administrador da Caixa Geral de Depósitos para Vale de Lobo, como compensação para o estar a semana toda fora da família e de não ver os filhos a crescer de segunda a sexta, vezes 400, que são os trabalhadores, perdão, colaboradores do Infarmed, isso foi no tempo das vacas gordas que agora o contribuinte vai pagar a capitalização do banco público e o dinheiro não chega para nada quanto mais para compensar quem viu a vida interrompida a meio porque sim e porque dá jeito a quem ocupa temporariamente a cadeira do poder de decidir sobre a vida de cada um.
Agora que Santana Lopes anda por aí é ir recuperar o que o PS disse aquando da deslocalização da secretaria de Estado da Agricultura para Santarém, que era já ali, às portas de Lisboa, não era no Porto.
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