"És liberal e não sabias"
Em 1951, era Carmona Presidente da República e Salazar presidente do Conselho de Ministros, Manuel Quintão Meireles retira a sua candidatura à presidência da República por considerar não existirem condições para uma eleição livre e justa e Ruy Luis Gomes vê a sua rejeitada, o que leva à vitória de Craveiro Lopes nas urnas sem qualquer oposição, a Constituição de 1933 foi revista e o Acto Colonial maquilhado com vista à assimilação civilizadora das colónias à metrópole [*], a polícia política prendia, torturava e matava os opositores ao Estado Novo e a censura passava a lápis azul todas as publicações escritas, assim como o cinema, o teatro e a música, metade das raparigas nunca tinha entrado numa sala de aulas que tinham todas, sem excepção uma foto do Presidente e outra do primeiro-ministro a ladear um crucifixo, assim como 30% dos rapazes, quatro em cada dez mulheres eram analfabetas e 26,9% dos homens, mas todos sabiam a Portuguesa que era obrigatório cantar antes do início das aulas, o ensino superior uma miragem só ao alcance das elites, a esperança de vida era de 56 anos para os homens e 61 para as mulheres, a frequência da Mocidade Portuguesa era obrigatória e o poder local era nomeado pelo poder central, e podíamos continuar pelo acesso à saúde, ao saneamento básico e ao cabaz alimentar, "o preço das casas era alto e [um casal podia morar] 16 anos com um filho num quarto de uma casa", em alternativa juntava uma tábuas e umas chapas velhas e metia mãos à obra a construir uma barraca nos muitos milhares de bairros que nasciam como cogumelos de norte a sul do país, ou ia a salto para a emigração e morar num bidonville. Por incrível que possa parecer "hoje vivemos com menos liberdade porque cada vez menos ouvimos histórias felizes onde as pessoas são as personagens principais!". "#EstáNaHorada esperança voltar!", se tudo o que ficou para trás volta com ela não sabemos.
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