||| E como é que a gente explica isto?
Que alguns dos principais beneficiários da democratização das creches e infantários e do pré-escolar, da escola pública até ao 9º e depois até ao 11.º e depois até ao 12.º e do ensino superior para todos, independentemente das origens e da classe social de cada um, filhos do fim do marcelismo ou filhos do início da revolução, antes com o destino traçado à nascença, pé-descalço e ranho pelo nariz, bê-à-bá e um mais um igual a dois até à terceira classe, à pá sóce vai mazé trrrabalharr malandrrre qué pá apreenderres a serrr um home, sejam agora dos mais ideologicamente empenhados na destruição do Estado social e do ensino público que lhes proporcionou as ferramentas e o conhecimento para viverem agora no bairro onde está o clube de ténis que já não é elitista, também ele democratizado. Continua a ser um à pá sóce vai mazé trrrabalharr malandrrre qué pá apreenderres a serrr um home mas um à pá sóce vai mazé trrrabalharr malandrrre qué pá apreenderres a serrr um home, com estudes, muites estudes du canude e muta ignorrrancia da bagage.
Pode até ser que sim, mas não é só isso: "O que nós precisamos é de creches".
[Na imagem "O Rapaz dos Passarinhos que apregoava "Quem meeeeeeerca os pássaros?"" do insigne fotógrafo setubalense Américo Ribeiro]