Do direito dos povos à autodeterminação e independência
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Dantes, um povo, uma região, decidiam a sua entidade própria, decidiam seguir o caminho que muito bem entendiam, declaravam a independência, cada um ia às suas e não se falava mais nisso. Ou falava-se. Uma guerra, mais ou menos prolongada no tempo, com mais ou menos mortos e feridos. Ou nem isso, já que tínhamos entrado na era da civilização sobre a barbárie e os checos separaram-se dos eslovacos na boa e as repúblicas soviéticas foram cada uma às suas a olharem de soslaio para a irracionalidade e na Jugoslávia de Tito. Era o chamado "direito dos povos à autodeterminação e independência", reconhecido pela Carta da ONU e por constituições de países vários, Portugal incluído.
Agora há um problema chamado "mercados". E há a "avaliação de risco" e há o "risco negativo" e há a "percentagem do PIB" e há a "economia do país" e há os milhões a pagar de indemnização ao parceiro de divórcio e há "o investimento", estrangeiro ou outro, e há o Banco Central Europeu e há o Fundo Monetário Internacional e há o "rating" atribuído. Um cataclismo medonho, a Besta do Apocalipse que faz os milhares de mortos e a destruição antes provocada por uma guerra da independência parecer coisa de limpar o rabinho a bebés e qualquer um com cu [quem tem cu tem medo] arrepiar caminho.
Se isto não é o triunfo do capitalismo financeiro global sobre o destino que as pessoas querem dar às suas vidas, às suas terras, às suas comunidades, não sei o que será mas coisa boa não é
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