De uma vez para sempre, que já não há pachorra para tanta ignorância
«A sílaba final [do apelido Félix] pronuncia-se como a sílaba final da palavra lápis,[...].
«Os nomes portugueses terminados em x vieram directamente do nominativo latino (e não do acusativo, como é a regra geral) e mantêm em geral em português a pronúncia latina /ks/ (Fénix, ónix, tórax, clímax, córtex, Ájax, etc.), pois entraram tardiamente no português (no século XVI ou seguintes), importados directamente do latim, sem evolução.
«As excepções são cóccix (/cóccis/), por questões de eufonia, e o antigo cálix (/cális/), do vocabulário litúrgico, que entrou no português muito cedo, havendo registos escritos com /s/ final no português antigo, no séc. XIII.
«Quanto a Félix, a grafia latina aconselharia a pronúncia em /ks/, mas esta palavra também entrou no português muito cedo, ainda na fase da formação da língua, aparecendo já no século XI registada como Felici e Felice, sendo, pois, esta a pronúncia que existia e perdurou, mesmo quando se recomeçou a grafar Félix.
«Por outro lado, no caso de nomes próprios ou de nomes de família, deve ser respeitada a tradição familiar no que diz respeito à pronúncia de nomes que não seguiram a regra geral na passagem do latim para o português. Assim, se a família pronuncia /félis/ há séculos, essa pronúncia deve ser respeitada.»
À atenção das rádios e das televisões, Féliks é a tua tia, pá!