||| De uma maneira ou de outra, o designio terreno de Passos Coelho
O Passos Coelho, 'maria-vai-com-as-outras', que andou convidado por congressos da UEC [União dos Estudantes Comunistas] fascinado com "a grande marcha" do "Avante com a Reforma Agrária!" e das "Nacionalizações e Controlo Operário!", uma "coisa muito grande que ia mudar o mundo" é o mesmo Passos Coelho, 'maria-vai-com-as-outras', doutrinado por Miguéis Morgados, Brunos Maçães e ilhas adjacentes, que acham que a revolução comunista do 25 de Abril foi uma espécie de "obstáculo epistemológico" ao glorioso liberalismo que sucederia à primavera marcelista, a evolução na continuidade ao saudoso velho de Santa Comba, austero, que disciplinou as finanças públicas e que não vivia acima das suas possibilidades. Deu-se o corte e tudo o resto foi socialismo – a melhoria das condições de vida das populações, alfabetização, serviço nacional de saúde, escolaridade e ensino superior, saneamento básico, mortalidade infantil, a democracia, muito mais que uma chatice é um entrave ao crescimento económico e ao livre empreendedorismo. Até 2011, ano em que o maria-vai-com-as-outras, que tem um desígnio a cumprir na passagem pela vida terrena, ungido pela troika, apareceu para reescrever o passado e corrigir os ventos da história, uma coisa muito grande que ia mudar o mundo a partir de Portugal, bruscamente interrompida em 2015, ano do regresso do comunismo, de volta aos tempos em que o 'maria-vai-com-as-outras' ia como convidado ao congresso da UEC, que já não existe, paz à sua alma, a paz que Passos Coelho não tem, de pin na lapela na perseguição ao seu desígnio terreno.
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