Danos colaterais
A direita sonsa, que pensa em privado o que o taberneiro diz em público e em voz alta, depois do fiasco que foi a manif "em defesa da polícia", percebendo que não pode... err... que não deve defender o indefensável, o faroeste, porque lhe cai a máscara da "respeitabilidade", aproveita-se agora do motorista da Carris para desviar o foco do racismo endémico nas polícias, quando a verdade é que o motorista da Carris, que parece tanto preocupar a direita sonsa, podia ele próprio ter sido abatido pela polícia, à noite, a caminho de casa depois de largar o serviço. Ou é preto ou é brasileiro, é suspeito à partida e é suspeito à chegada. Se não fez qualquer coisa é porque ia fazer outra coisa ainda pior. É dano colateral duas vezes, a primeira como vítima inocente dos motins, a segunda como vítima inocente no aproveitamento político daqueles que contra todas as evidências constroem narrativas a negar a génese dos motins e onde as vítimas são culpadas de serem vítimas.
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