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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

As paranoias de Estaline na cabeça do neto do cozinheiro de Estaline

por josé simões, em 27.05.22

 

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Quando no seu discurso no Plenário do Comité Central de Fevereiro-Março de 1937, Estaline insistiu muito particularmente na ideia do cerco da URSS, único país «que tinha construído o socialismo», por potências inimigas. Estas potências limítrofes - a Finlândia, os países Bálticos, a Polónia, a Roménia, a Turquia, o Japão - ajudadas pela França e pela Grâ-Bretanha, enviariam para a URSS «exércitos de diversionistas e de espiões» encarregados de sabotar a construção do socialismo. Estado único, sacralizado, a URSS tinha fronteiras «sagradas», que eram outras tantas linhas da frente contra um inimigo exterior omnipresente. Neste contexto, não é surpreendente que a caça aos espiões, isto é, a todos os que tinham algum contacto, por muito ténue que fosse, com «o outro mundo», e a eliminação de uma potencial e mítica «5.ª coluna» tenham estado no cerne do Grande Terror. 

 

In "O Livro Negro do Comunismo", Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, "10 - O Grande Terror (1936 - 1938)", página 234, Quetzal Editores.

 

Oitenta e três anos depois, a Rússia cercada, vítima de todas as malfeitorias, ou  as paranoias de Estaline na cabeça de Putin, neto do cozinheiro de Estaline.

 

[Jornal soviético, na imagem de autor desconhecido]