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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

As bruxas

por josé simões, em 26.01.24

 

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Maló de Abreu foi pedir asilo político ao partido da taberna e no dia a seguir veio a saber-se que andou ano e meio a cantar a canção do Quim Barreiros, que é como quem diz a "mamar nos peitos da cabritinha", que é como quem diz a alambazar-se com 75 mil euros do dinheiro do contribuinte e a enganar o cidadão eleitor e a dar mau nome à democracia e à política. Mas foi preciso mudar de sítio porque até aí ninguém no seu partido sabia de nada ou sequer desconfiava.

 

Liliana Reis, a doutora independente, tão independente tão independente tão independente que desde sempre alinha com o PSD em tudo e mais um par de botas, é designada cabeça de lista da AD por Castelo Branco, o tal partido aberto à "sociedade civil" e coise, e no dia a seguir à nomeação é alvo de uma denúncia por plágio na tese de doutoramento. O aparelho partidário tem destas coisas, não gosta de ser ultrapassado pela tal da "sociedade civil" a que tem de se abrir, nem as estruturas gostam de ser subalternizadas pelo centralismo da capital, mesmo quando o centralismo da capital é constituído por quem veio da província.

 

Miguel Albuquerque, o do "Não vale a pena ter ilusões. Reformar o Estado é despedir", foi apanhado numa teia de negócios com suspeitas  de atentado contra o Estado de direito, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio, abuso de poder e de tráfico de influências, uma bela lista de mercearia. Depois de ter exigido a demissão de António Costa, que não era acusado nem arguido em coisa nenhuma na Operação Influencer, diz agora que não sai porque é inocente e nunca roubou nem pediu nada a ninguém.

 

Os timings da justiça a criarem um problema ao chefe no cont'nente a um mês das eleições, o chefe do "Luís Montenegro: 1 - António Costa: 0" no rescaldo eleitoral, e o chefe a criar um problema a si próprio ao não tirar a confiança política ao camarada ilhéu já que, segundo ele, “as diferenças são mais do que muitas” entre o Costa, que não tinha nada a ver com nada, e o Albuquerque que até ver tem tudo a ver com tudo.

 

O mesmo timing que caiu na comunicação social em cima de António Costa no dia da abertura do congresso do PS a dar conta de que era alvo de investigação por prevaricação, dois meses depois da Operação Influencer, dois meses sem ser ouvido pela justiça.

 

As bruxas, umas mais manhosas, outras mais astutas, e ainda outras com mais estudos, gostam do balcão da taberna, como pode ser comprovado semana após semana nas sondagens e estudos de opinião.

 

[Imagem de autor desconhecido]