Anda comigo ver os aviões
A última bolacha no pacote da esquerda à direita do Bloco foi-se embora, com seis meses de atraso mas foi, desde a ópera-bufa da localização do novo aeroporto, onde desempenhou magistralmente o papel de baixo bufo que lhe foi atribuído por Costa, até à rabula dos poucos por cento detidos na marroquinaria do pai. Há quem lhe augure grande futuro, mais créditos no partido e na política, se calhar na base do "há muita fraca memória na política e nos políticos" celebrizado pelo malogrado camarada de partido, Coelhone. Tudo é possível, até espinha dorsal ou falta dela.
Na ópera-séria, o também baixo-bufo importado à ópera cómica, Marcelo, que o Baldaia no diário do Marco Galinha diz saber "distinguir corretamente o que é a "bolha mediática" do que é o sentimento do povo", a mesmíssima coisa que o pantomineiro do pin tinha deixado plasmado há oito anos nas teses ao XXXV congresso do partido, "um catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político", se por estas alturas o vento estivesse a soprar para o lado de São Caetano à Lapa já o Costa estava com um pontapé à Jorge Sampaio no traseiro, o tal golpe com que a direita não se cala e que mete Santana em modo Menino da Lágrima de todas as vezes que a ocasião lhe parece propícia para o calimerismo, de Calimero, a tal direita que agora apela a Marcelo para dissolver o Parlamento, o da maioria absoluta. Há golpes e golpes, golpes bons e golpes maus. Como cantavam Os Azeitonas, "anda comigo ver os aviões".
[Link na imagem]