||| Ainda a embaixada do vice-pantomineiro ao Astecas
Ficámos todos a saber que a Mota-Engil «ganhou mega projecto turístico no México de 1.500 milhões de dólares», e que está a construir uma linha de metro em Guadalajara orçada em «cerca de 400 milhões de euros» e que mais isto e que mais aquilo e que no balanço final a «Mota-Engil tem já em obra pública, concessões e adjudicações públicas, na ordem dos 1.500 milhões de dólares (cerca de 1.330 milhões de euros), distribuídos por 11 estados», tudo sem que fosse preciso o vice-pantomineiro ir à frente, numa missão de bandeirante e de cruz de Cristo na lapela, desbravar caminhos e estabelecer contactos e relações comerciais, foi o que os telejornais não disseram
E depois? Vão daqui para o México meia dúzia de engenheiros de confiança da Mota-Engil tomar conta da obra e dos nativos - baratos, a empregar na obra que vai usar matéria-prima nativa - barata, e receber uma pipa da massa, não em MXN peso mexicano - barato, mas em USD dólares amaricanos - caros e bons, para distribuir pelo patrão e pelos accionistas, cá.
E depois desta ginga-joga toda e de saldadas estas contas e pagas as mais-valias o que é que sobra para a economia nacional, quais são as melhorias que os nativos, baratos, cá, vão sentir na seu dia-a-dia, cá?
E a menos que sejamos membros do Governo e que após terminada a [co]missão de serviço em 2015 ingressemos nos quadros da Mota-Engil como doutores e engenheiros especialistas e qualificados, o que é que a gente ganha com isso? O que é que a gente tem a ver com a Mota-Engil ter ganho uma obra não-sei-quantas no México ou na Patagónia ou fim do mundo?
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