||| A propaganda continua de vento em popa
Correndo o risco de me repetir, por que cargas de água há-de alguém de Setúbal ou de Lisboa ou de Coimbra ou do Porto ou de Aveiro, do litoral urbano, onde há de tudo menos empregos, deixar casa e família por 1258 € mensais, e a dormir debaixo da ponte e a fazer as refeições na Carátias ou numa organização do género, porque é de mil duzentos e cinquenta e oito euros de que falamos, ir para Évora ou Portalegre ou Castelo Branco ou a Guarda ou Miranda do Douro, onde não falta tudo mas faltam muito mais coisas do que as que há disponíveis no litoral e nem oferta de emprego a ganhar o salário mínimo nacional há para os que lá estão, ajudar a combater "a desertificação e as assimetrias regionais"?
Já nem digo um trabalho de investigação jornalística sobre o real impacto destas medidas na economia e nas zonas "desertificadas" e "assimétricas" a que se destinam, nem sequer um trabalho sobre estas trambiquices que entram a 100 por um dos ouvidos do cidadão, anónimo e desempregado, e saem pelo outro a 200, mas pelo menos alguém perguntar a um secretário de Estado ou a um ministro o que é que se pretende concretamente com isto, se acham que as pessoas nasceram ontem ou se acreditam no Pai Natal.
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