A direita portuguesa a gostar dela própria
Corria o mês de Abril do ano de 2010 quando Pedro Passos Coelho no congresso de Mafra decide ter uma conversa à porta fechada no backstage do pavilhão com bloggers [eu estive lá] provocando grande sururu e até mal-estar entre os jornalistas, que foram deixados de fora, e rasgados elogios e aplausos entre os aios e escudeiros do futuro primeiro-ministro, alguns, à época, bloggers, que mais à frente viriam a ser recrutados como "técnicos" e "especialistas" pelo Governo da Troika para todas as áreas do estado e da administração pública. Visão de futuro e "sign o' the times" como cantava o outro. Não viram o Obama lá nos States?!
Corre o mês de Outubro do ano de 2019 e Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, chama 40 'influencers' ao Palácio de Belém e "invade as redes sociais", sem provocar espanto de por aí além nos jornalistas e perante a indignação dos "técnicos" e "especialistas" do anterior Governo da Troika, agora à paisana na vida civil por via da porta giratória público-privado-público, já com currículo ou com currículo enriquecido depois da passagem pelo Governo ou pela administração pública e que contribuíram eles próprios para a eleição de Marcelo com uma cruzinha no boletim de voto contra o esquerdista Sampaio da Nóvoa. Querem lá ver o populista do Marcelo?! Só pensa na reeleição, a transformar o Palácio de Belém num circo de youtubers e instagramers.
Dizem que a direita está em crise...
Adenda: ao contrário do que tuitou Natália Carvalho da Antena 1 não eram TODOS apoiantes de Passos Coelho, antes pelo contrário.