A direita dos interesses a gostar dela própria
O país onde um projecto PIN [Potencial Interesse Nacional] com não-sei-quantas-centenas de camas e mais não-sei-quantos-buracos de golfe nasce numa área protegida ou de reserva onde antes era proibido montar uma tenda de campismo selvagem;
o país onde um fábrica de celuloses leva dezenas de ano a fio a despejar impunemente num rio águas residuais sem tratamento, contra advertências escritas da tutela e coimas simbólicas aplicadas pelos tribunais;
o país onde os cidadãos são ciclicamente convocados a pagar os desmandos dos bancos e dos banqueiros da excelência da gestão privada;
o país onde os deputados e ministros circulam entre o público e o privado, negociando com as empresas enquanto governantes o que vão administrar no privado depois de largarem os cargos para os quais foram eleitos ou nomeados pelo partido saído vencedor de eleições livres e democráticas;
o país onde as auto-estradas são concessionadas a privados ficando o Estado com o ónus da manutenção e da compensação por o tráfego não atingir os números calculados numa projecção irrealista entre as portagens cobradas e os veículos que não circulam;
o país onde o Estado financia com o dinheiro dos contribuintes um Estado paralelo denominado de IPSS e "economia social" numa duplicação de funções;
assim de repente só alguns exemplos mais corriqueiros da engorda de meia-dúzia à custa da comunidade, é o país onde "há uma teia legal montada contra o património privado".
E se fossem gozar com quem vos talhou as orelhas?
[Imagem de autor desconhecido]