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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

A Brigada Brejnev

por josé simões, em 27.05.19

 

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Não, não foi por causa da participação na 'Geringonça' que o PCP/ CDU deu um trambolhão nas europeias depois do trambolhão nas autárquicas. Se assim fosse o Bloco de Esquerda não tinha dobrado o número de votos e tinha ido pelo mesmo caminho. Os dois trambolhões consecutivos dos comunistas devem-se à duplicidade de critérios, aos double standards, como dizem os 'amaricanos'.

 

Ser contra o muro a separar os Estados Unidos do México, ser contra o muro em Israel, e todos os anos lamentar nas páginas do Avante! a queda do Muro de Berlim.

Ser contra a invasão americana do Afeganistão e ter páginas inteiras do Avante! a justificar a invasão pelas tropas da União Soviética.

Ser contra a invasão americana do Iraque e ter os arquivos do Avante online repletos de artigos a justificar as invasões soviéticas da Hungria e da Checoslováquia.

Ser defensor acérrimo das organizações representativas dos trabalhadores e das organizações sindicais e nunca ter feito acto de contrição por o negarem aos trabalhadores na Polónia, organizados no Solidariedade, ou o silêncio cúmplice com a repressão pela ditadura comunista-capitalista do partido irmão na China.

Andar sempre com o Estado social na boca e ter China, Vietname, Laos e Coreia do Norte nas teses ao congresso como "resistência à nova ordem imperialista",  "orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista".

Invocar o Parlamento e a democracia parlamentar representativa e passar a vida a lamentar a queda do União Soviética e do "bloco de leste" da ditadura do partido único.

E a cleptocracia angolana da família Eduardo dos Santos contra o colonialismo e o neo-colonialismo, e a ditadura cubana contra o imperialismo 'amaricano', e a ditadura socialista bolivariana para o século XXI mais a miséria contra o imperialismo 'amaricano' também, a ditadura na Bielorrússia e a a defesa da independência e soberania dos povos, contra o imperialismo 'amaricano' outra vez, mais a democracia na Síria e o islamofascismo na Turquia, desde que contra o o imperialismo 'amaricano'. Assim, de repente.

 

[Na imagem Leonid Ilitch Brejnev e Viktoria Petrovna Brezhneva depositam o voto em dia de eleições. Sim, não se riam, a URSS era uma democracia, havia eleições e tudo]