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Post-scriptum: Depois do post publicado chamam-me à atenção no tuita de que esta figura, a do “reformado do Estado em part-time”, já existe na figura do Presidente da Republica e da presidente da Assembleia da República.
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Post-scriptum: Depois do post publicado chamam-me à atenção no tuita de que esta figura, a do “reformado do Estado em part-time”, já existe na figura do Presidente da Republica e da presidente da Assembleia da República.
E até bateram o pé à troika na questão da "flexibilização salarial", os patriotas. E não fazem fé nos baixos salários. E até porque o corte no preço da hora extra, os feriados eliminados, os dias de férias a menos, as talhadas nas indemnizações por despedimento, todos os subsídios e apoios sociais reduzidos, tiveram a ver com o "aumento da produtividade" e não com o aumento da mais-valia para o patrão, como dizem as más-línguas.
A avaliação foi positiva [e já lá vão 10], a troika tem plena confiança no executivo e não vem auto-avaliar-se [ia escrever "e não sem vem" mas arrependi-me a tempo], como dizem a Igreja e as organizações patronais e os socialistas e os comunistas e outros que tais terminados em istas, e mais aqueles que não terminam em coisíssima nenhuma, e que todos juntos fazem figas para que tudo corra mal e que até ficam irritados e fora de si [deles] quando as coisas correm bem. Tsc… tsc…
E depois há o "programa cautelar" que ninguém sabe o que é. E como ninguém sabe o que é tanto pode ser carne como ser peixe. Ou bacalhau, que, como toda a gente sabe, não é carne nem peixe, mas que já ficou decidido que é assim a modos que um seguro, só faltando saber o preço do prémio a pagar.
E podia ter corrido melhor, e podia correr melhor do que o ter corrido melhor, não fora o Tribunal Constitucional que também pertence ao gang dos terminados em istas e que só sabe desfazer e deitar abaixo o trabalho de quem quer trabalhar a bem da… err… vocês sabem, os patriotas.
Esses malandros do Constitucional é que são os culpados. Eles e a oposição. E os sindicatos e os polícias nas escadarias e os médicos e os enfermeiros e os transportes públicos e os professores e os estivadores e os velhos nos bancos dos jardins a jogar às cartas e sempre na televisão e arrematar o Governo.
E se esses malandros vierem armados, só cortes, má onda, aos patriotas resta o Plano B. Não, não é ir abanar o capacete nas noites de fim-de-semana ali para os lados dos Clérigos no Porto, é mesmo arrumar de vez com a procura interna pela subida do IVA. Mas assim como assim a procura interna também ia ser arrumada pelos cortes previstos no Orçamento do Estado 2014… Ah, esses malandros do Constitucional e da oposição e… prontes, os istas.
Mas até té lá vamos vendo e depois logo se vê.
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Independentemente de dois terços do aumento das exportações serem por conta da nova unidade de refinação da Galp, independentemente deste aumento das exportações não ser acompanhado por um estudo que o reflicta na criação de riqueza e emprego, sublinhar emprego, a menos que seja, e é, para efeitos de propaganda governamental, como é que para o "cabaz das exportações" entra algo que Portugal não produz, os derivados do petróleo, petróleo importado por Portugal, logo saída de divisas [+ exportações = + importações]?
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Depois de "o olho do cu e a Feira de Castro", o irrevogável patriota, decerto deslumbrado com a sua capacidade para dizer nada e nada dizer, com profundidade filosófica que impressiona tudo o que é estagiário do microfone esticado à sua volta, regressa com uma comparação ainda mais estapafúrdia, agora em modo “a obra prima e a prima do mestre de obras”:
Mas como, originalmente, o Tonto foi criado para que o Lone Ranger tivesse alguém com quem falar, o irrevogável patriota parecendo que fala não fala, parecendo que responde não responde, salvaguarda-se, resguarda-se [e isso também não é notícia nem sequer novidade], uma vez que o Tonto disse, usando pronomes definidos e indefinidos, regresso aos mercados só com taxas de juro abaixo dos 4,5%, e o Lone Ranger falou na data e no tempo que falta para o fim do programa de assistência financeira, perante o deslumbre embasbacado dos estagiários do microfone esticado à sua volta.
Dinastia Filipina e memorando de entendimento com o "além da troika", tem tudo a ver. Enfim…
Mas quem escreve uma redacção do 5.º ano de escolaridade sobre a reforma do Estado também não é obrigado a saber História de Portugal. E quem usa o termo "protetorado" ad nauseam como justificação para a sua subserviência, e como alibi que encobre a falta de coragem e a desresponsabilização total pelos seus actos, a mais não é obrigado. A menos que seja premonição 'Vasconcelina'…
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«O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse hoje estar a trabalhar "muito bem em articulação" com o[s] ministério[s] […] da Economia sobre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que tutela». O ministério da Economia do ministro Pires de Lima que Paulo Portas queria impôr ao partido como futuro líder, quando irrevogavelmente abdicou depois da derrota eleitoral de 2005, fazendo uma desfeita a Luís Nobre Guedes que assim ficou a saber que não era o filho dilecto sentado à direita do pai.
O contrário é que seria de estranhar. São câmaras de eco num partido de um homem só/ um só homem.
[Imagem de Agustin Victor Casasola]
Podemos empobrecê-los todos até ao ponto em que não haja mais ninguém para vir para as ruas protestar por não suportar ver os espaços à sua volta preenchidos por quem já só pensa em sobreviver e por não querer para si e para os seus a mesmo destino, ou podemos ler, por exemplo e por ser "ideologicamente neutro", o Heinrich Eduard Jacob em 6000 Anos de Pão [Antígona, 2000] no capítulo que aborda as Guerras dos Camponeses, para o plano nacional, e o capítulo sobre a queda do Império Romano, pela periferia, para o plano europeu.
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Paulo Portas a falar em "escrúpulos". Priceless. Paulo Portas a falar em "honestidade". Priceless. Paulo Portas a falar em "humanismo". Priceless. Paulo Portas a falar em "mentiras". Priceless.
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De cada vez que ouço falar em "ajustamento" lembro-me logo de Henry Miller e de uma cena de sexo num livro, que me escapa agora o nome, onde os protagonistas são o autor e um amigo, mais uma anã e um pastor alemão.
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