"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Dizem que o maior jackpot de sempre saiu em Inglaterra mas é mentira. Saiu em Portugal, a uma sociedade formada por Hernâni Lopes, Medina Carreira, Silva Lopes e Cia Ldª.
(Dizem por aí que a República fez 100 anos esta semana e que o 25 de Abril já leva 36 longos anos)
No quase anagrama de PEC 3 o que menos importa é se, à imagem do submarino, também foi uma encomenda dos tempos de Paulo Portas. Já começa a ser encomenda a mais (ou desculpa a menos) para os tempos que correm. Daniel Cohn-Bendit explica no Parlamento Europeu (especial atenção a partir do minuto 04:50).
Que “os portugueses não têm hábitos de poupança” é ladainha e responso nos tempos que correm. “Poupar” e “abdicar” não são propriamente a mesma coisa. Dito de outra maneira, o que é que sobra para poupar, e o que é que há para abdicar? Já é (mais que) tempo de parar de usar a semântica para dourar o léxico: hábitos de abdicar. Sff.
«(…) And the future is certain, give us time to work it out. (…) We’re on a road to paradise, Here we go, here we go (…) They can tell you what to do, but they'll make a foo lof you.
Um dos princípios do Estado Social é o apoio à velhice, através de pensões e/ ou reformas, conseguido através de uma fórmula simples que consiste em descontar uma percentagem do salário ao longo da vida activa. Isto implica que a base da pirâmide seja formada pelos cidadãos activos, o que leva o outro dos princípios do Estado Social que é o do apoio e incentivo à natalidade, seja através do Abono de Família, Cheque-bebé, e/ ou outros.
Se isto não é o neo-liberalismo em todo o seu esplendor, o que é o neo-liberalismo?
(Imagem via Instituto Nazionale per la Grafiac, Roma)