"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
"como asseguraram em tribunal dois polícias à paisana presentes na cerimónia de Elvas". A palavra de dois polícias à paisana contra a palavra do cidadão anónimo Carlos Costal de Campo Maior e sua família. Mas atenção, muita atenção, que o cidadão anónimo Carlos Costal de Campo Maior não viu o Ministério Público requer a declaração de nulidade insanável do julgamento por não ser ofensa, nem insulto, para ninguém em qualquer parte do mundo mandar alguém trabalhar. Não. Mas tão só porque o jumento foi sumário. Respeitinho é muito bonito, chapéu na mão e vénia de espinha dobrada até o nariz bater no chão.
O contexto europeu, o choque assimétrico, o Banco Central Europeu, o impacto da recessão espanhola, a União Europeia e o Euro. O Governo da Maioria do Presidente é qualquer coisa vítima das circunstâncias. Eu, eu e eu. Me, myself and i. Um umbigo tamanho da Fossa das Marianas.
"O economista fantástico que o senhor é", Fátima Campos Ferreira, a jornalista fantástica, dixit.
Despender 40 – Quarenta – 40 minutos de discurso no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, para falar do património histórico e arquitectónico, sem explicar porque é que uma percentagem dos milhões em fundos comunitários, nos idos em que era primeiro-ministro, não foi aplicada na sua restauração e recuperação; e a rever a história recente da agricultura portuguesa, sem eucaliptização massiva, desertificação e campos ao abandono, sem jipes nem casas com piscina nem plantações de fachada, para serem vistas da borda da estrada, como justificação para os subsídios distribuídos a eito pela clientela partidária para a desmantelarem e destruírem.
Nem défice, nem recessão, nem desemprego, nem crescimento económico, nem fome e miséria, que os oitenta e tal por cento de "auto-suficiência alimentar" [Stª Comba…Stª Comba…] não conseguem eliminar, nem Europa, nem nada. Depois da Casa Civil e da Casa Militar, a Casa Agrícola da Presidência da República, que ainda não tem Casa das Pescas porque, a desportiva no Guadiana, ali ao lado, não é relevante.
Este Presidente não existe, é um embuste. Um embuste ridículo.
Não sei se o senhor Aníbal Silva, desde que deixou de ser primeiro-ministro até aos dias de hoje, já teve tempo para aprender quantos cantos têm os Lusíadas. Não sei…
Se calhar até já ouviu por aí um dito, mui famoso e mui citado, e pensa que é refrão de música brasileira, ou separador de uma televisão do cabo para ilustrar imagens de políticos, ou vox pop com a origem perdida nas brumas da memória. Não sei…
São as palavras de Nuno Álvares Pereira, que até é Santo, O Condestável, no Canto III de Os Lusíadas: "Que um fraco rei faz fraca a forte gente".
Mais um daqueles discursos intemporais e absolutamente senso comum. Podem guardar e mudar a pontuação que serve para o ano que vem, para o 25 de Abril, para o 5 de Outubro ou até para as vésperas de Natal. Estamos todos de acordo mas só quem ouviu foram os convidados, que também estiveram de acordo, e mais meia dúzia de homeless das pontes e feriados que ficaram em casa a ver televisão em vez de rumar a banhos. O mestre-de-cerimónias também não esteve mal e até levou muitas palmas no Twitter.
Ora as Gaivotas estão lá desde que me lembro, e desde “que me lembro” é desde o tempo em que se fazia campismo selvagem na Praia do Vau, ali naquele sítio onde agora está uma urbanização para bifes mais feia que o Deus m’acuda, e o Mário Soares era mais magrinho e era aquele gajo que aparecia por lá nos intervalos de andar de avião. Quer isto dizer que as Gaivotas já estão pagas pra' í 50 vezes no mínimo, e agora é tudo lucro ou retorno como dizem aqueles engravatados da Bolsa. E algumas gaivotas até exibem publicidade ao Aisseti e ao Rédebule; vai de ensacar mais.
E a praia está cheia com’ó caraças e o “empresário" está de óculos escuros debaixo dumas palhinhas que fazem sombra e que ainda custam mais caro que pedalar na gaivota, com cara de a-quem-morreu-a-família-toda-num-desastre-de-avião-da-ére-fransse, e diz para uma de microfone em punho, a quem a televisão pagou um fim-de-semana de trabalho no Allgarve para fazer reportagens idiotas, que o negócio está mau e que há muita gente na praia mas é só pra tomar banho e apanhar sol, que ainda é à borla; Praise The Lord!
E não lhe passa pela cabeça baixar o preço da pedalada, porque sempre é melhor ganhar 5 euros por hora por pedalada em Gaivota do que não ganhar nada e estar a chorar em directo para o telejornal. Se calhar está a pensar pedir algum subsídio ao Estado, por interposta pessoa, a Câmara Municipal ou a Região de Turismo.
Sim, eu lembro-me bem que desde os dias da sua criação, por acordo de cavalheiros entre o PS – com o socialismo fora ou dentro da gaveta, isso é que não me lembro – e o PêPêDê-antes-de-ser-PSD, a notícia do costume em todos os meios de comunicação social ser: “por acordo entre o Governo, as associações patronais e a UGT”. E também me lembro dos sorrisos de orelha-a-orelha de Torres Couto e Cavaco Silva primeiro-ministro, com copo de Vinho do Porto erguido. Tchim-Tchim, Sindicalismo responsável! Porque correia-de-transmissão-da-agenda-arruaceira-de-um-partido-político, isso é com a CGTP-IN; esses malandros. Comunas!
A presidência da República escolheu a cidade Setúbal para sede das comemorações do 10 de Junho.
Setúbal a Cidade Vermelha. Setúbal a cidade do desemprego e da exclusão social. Setúbal bastião do “Sim” no referendo à IVG.
Descontando o tempo de Sampaio, absolutamente inócuo e incolor, a última vez que Setúbal havia sido capital presidêncial, fora numa das famosas Presidências Abertas de Mário Soares e, trazia Cavaco Silva no bico – à época Primeiro-ministro.
Em 2006 o PC embrulhou-se numa trapalhada na Câmara de Setúbal, ao substituir Carlos Sousa na presidência da autarquia pela “correia de transmissão” que dá pelo nome de Maria das Dores Meira; com argumentos que mais ninguém percebeu, à excepção do seu Comité Central.
Nas últimas autárquicas, a CDU perdeu a maioria absoluta que detinha na Câmara e, surpresa das surpresas, a Cidade Vermelha colocou o PSD, com Fernando Negrão a cabeça de lista, como a segunda força mais votada, relegando o PS para um “honroso” terceiro lugar. Nunca em 33 de Democracia tal havia acontecido! Antes pelo contrário, Setúbal era, a cidade que apedrejava os comícios do PSD e do CDS.
Quem vir esta escolha de Cavaco Silva, unicamente como uma abordagem ao povo de esquerda com o pensamento num segundo mandato, desengane-se; esta sede presidencial para o dia de Portugal trás outras (mais) coisas no bico.