"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Do "caos no atendimento" e das "intermináveis horas de espera" para receber a vacina, nos idos de Fernando Medina, para "longas filas" e "algum constrangimento", agora, no tempo de Carlos Moedas. Agora que está a chegar a época se calhar recuperávamos a cantiga do spot "Para o Natal, o meu presente, eu quero que seja, A Minha Agenda, A Minha Agenda...".
No início da pandemia, e durante os confinamentos, volta e meia aparecia alguém "imaginem que isto acontecia durante o governo de Passos/ Portas...", depois Carlos Moedas é eleito presidente da câmara municipal e Lisboa e uma das primeiras medidas que toma é encerrar centros de vacinação para centralizar todo o processo, obrigando uma faixa da população, carenciada e sem meios de mobilidade, a deslocar-se para uma ponta da cidade, mal servida por transportes públicos, e a mega concentrações em filas de espera, após dois dias de suspensão da vacinação num período de corrida contra o tempo; tirar da cartola uma forma de transferir dinheiro do município para negócios privados, através do pagamento das deslocações em táxi. Agora já não é preciso imaginar o que seria o governo Passos/ Portas em situação de pandemia, têm o moço de fretes da troika a todo o gás à frente da maior câmara do país.
2 - dois - 2 anos depois do início da pandemia SARS-CoV-2 [Covid-19] a Liga Portugal vai pedir "esclarecimentos claros sobre o protocolo de contingência sanitária em vigor nas competições profissionais de futebol". Podia ser mais uma das habituais palhaçadas, imagem de marca do Tugão, também conhecido por Liga Portugal Bwin, não fosse estarmos assolados por uma pandemia à escala planetária, com os habituais inimputáveis no momento errado no lugar errado, sem respeito pela saúde pública, em geral,,pelos profissionais, em particular, por uma indústria geradora de milhões, sem coluna vertebral para se demitirem e com a cumplicidade do poder político que se enfeita de futebol quando há necessidades.
Com os bares, discotecas, cinemas e teatros cheios, a grande maioria sem pedir o certificado de vacinação, ou qualquer tipo de teste na porta, Marcelo resolve dar uma mãozinha aos chalupas anti-vax, lançar a confusão nos outros, e aparece a falar em uso obrigatório de máscara na rua, no país dos 86% de vacinados, exemplo para a Europa e para o Mundo. O Supremo Irresponsável da Nação em todo o seu esplendor, de boca aberta a perorar sobre tudo sempre que lhe aprece um pé de microfone.
Se como diz, e bem, o Presidente da República "O povo português votou e uma forma de voto foi vacinar-se. E votou com uma maioria que ainda nenhuma eleição deu a ninguém.", frente a esta mix de chalupas, teóricos da conspiração, extrema-direita, anti vaxxers, negacionistas, antes em internamento compulsivo, agora em campanhas de ódio ao abrigo da "liberdade de expressão" e "liberdade de manifestação", com grande destaque nos telejornais perante a indiferença das autoridades policiais, resta ao cidadão a acção directa: a bem da saúde pública passar das palavras aos actos sempre que se depare com situações destas no dia-a-dia, que o tempo do "paz e amor" foi em 1969, no Woodstock.
Equivaler um protesto ordeiro de uma associação identificada e legalizada com uma acção de ódio, difamação e insulto gratuito contra a segunda figura do Estado e mulher, por um bando misto de alucinados fugidos de um hospício, negacionistas, e elementos com ligações à extrema-direita e a grupelhos neo-nazis. É a raça deles, nunca falham na legitimação do ódio e da extrema-direita.
[Link na imagem print screen de tweet da conta de Carlos Guimarães Pinto, ex-presidente do Ilusão Liberal]
Posters using strong language to warn about COVID-19, bearing the marks of the Department of Health and Human Services and the CDC, are on display outside a subway station in New York, on August 17, 2021. This was the first day that New York residents had to show proof of a COVID-19 vaccination to participate in indoor activities. No one has claimed responsibility for the posters, nor has any information been released explaining why they were attributed to the HHS and the CDC.
Todos vimos e ouvimos o vice-almirante Gouveia e Melo no telejornal da noite da televisão do militante n.º 1, SIC Notícias, depois de ser medalhado pelo Presidente da República, dizer que as metas da vacinação vão ser cumpridas, apesar do "Queimódromo" do Porto estar suspenso. Portanto esta privatização da vacinação é só uma questão ideológica e de amiguismo do presidente da câmara do Porto, com a cumplicidade e complacência do Governo PS. E isto tem um nome: liberalismo cultural, ou cegueira ideológica, ou com as calças do meu pai sou um homem, que é como quem diz o dinheiro do contribuinte é um poço sem fundo.
À direita, que no início da pandemia afiançava o Serviço Nacional de Saúde não ter capacidade para assumir a hercúlea missão de vacinar um país inteiro e que para tal era necessário privatizar a vacinação, cabe agora a tarefa de explicar ao país inteiro porque é que da única vez que a vacinação foi privatizada deu merda.