|| Pena não se ter lembrado disso quando era primeiro-ministro
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Para memória futura o dia em que 3 + 1 ex-presidentes da República, o melhor que arranjaram para mostrar ao povo foi uma aula de história recente de Portugal, em formato "se a minha avó não tivesse morrido ainda hoje era viva". Para o ano há mais, valha-nos isso.
O Banco Alimentar Contra A Fome, criado nos idos de Cavaco Silva primeiro-ministro, das caravelas carregadas de fundos comunitários como nos tempos do Brasil, vai ser condecorado no 25 de Abril, por Cavaco Silva Presidente da República.
Depois da “magistratura activa” a levedar durante todo um primeiro mandato e a atingir o ponto máximo de crescimento com o discurso ressabiado no dia da vitória para o segundo, viu o mundo, tal qual ele o vê, desabar-lhe debaixo dos pés com a demissão do Governo. Ficou sem leitmotiv. Só precisa de tempo para recuperar e refazer estratégias.
A arquitectura é uma interpretação pessoal da organização dos espaços e dos seus elementos e ao mesmo tempo uma arte com uma linguagem universalista, sem fronteiras, global. Não existe «arquitectura portuguesa contemporânea» coisa nenhuma.
«Souto Moura vence o prémio Pritzker 2011, o Nobel da arquitectura»
(Imagem)
A polícia de choque do ministro Dias Loureiro em cima de tudo o que mexesse ou cheirasse a protesto, jovens e estudantes incluídos; os incentivos à não produção e ao abate na agricultura e nas pescas, disfarçados de fundos comunitários; 10 anos de Governo, 8 dos quais em maioria absoluta, ignorando tudo o que fosse opinião diferente e desprezando todo e qualquer tipo de consenso, e que foram o princípio do fim a que chegámos; o nascimento e apadrinhamento de toda uma classe de políticos, primeiro, e banqueiros depois, que tiveram o epílogo no BPP e no BPN. Cavaco Silva é a última pessoa com legitimidade neste país para lançar vibrantes apelos aos jovens e para falar em sobressaltos cívicos e em situação de emergência económica e financeira. Não apaguem a memória.
O discurso na íntegra
O Presidente cessante não fala sobre “as questões do país” porque terminou o mandato e o Presidente eleito não fala sobre “as questões do país” porque ainda não tomou posse.
(Imagem)
A que propósito a Presidência da República emite um comunicado para esclarecer uma situação do foro privado do cidadão Aníbal António Cavaco Silva e que ocorreu “cerca de oito anos antes de ter tomado posse, pela primeira vez, como Presidente da República”?
A caridade e a caridadezinha e a União das Misericórdias, e a novidade que seria se nos tempos menos adversos os proveitos «fossem repartidos de uma forma justa por todos sem excepções ou privilégios», ou como até já vi anúncios do Pingo Doce com mais conteúdo político e como diria o outro “é a primeira vez que estou cá desde a última vez que cá estive”.
(Imagem de Gary Knight)
José Nuno Martins, no “27 Mil Dias De Rádio” da Antena 1, recupera uma Conversa em Família em que Marcello Caetano, por alturas do Natal, pisca o olho às remessas dos emigrantes.
«Cavaco apela a emigrantes para que ajudem Portugal a ultrapassar crise»
(*)
(Em stereo)
«O génio é um tipo invulgar de criatura humana e o sinal exterior de que merece esse título é o alcance da sua imaginação, a que correspondem meios adequados para a sua expressão concreta e duradoura.»
“Da Alvorada À Decadência, 500 Anos de Vida Cultural do Ocidente”, Jacques Barzun, Gradiva, 2003.
Não é que eu tenha alguma coisa contra a masturbação, mas esta apresentação pareceu-me um bocado onanista.
Os portugueses sabem que Cavaco Silva é um tecnocrata a quem as coisas da cultura e das artes passam ao lado, nem acessórios são. E os portugueses sabem e não querem saber disso para nada. As coisas são mesmo assim. Ponto.
Não sei de quem foi a "luminosa" ideia de colocar o Presidente a passar para a fotografia num corredor frio de mármore decorado a telas a óleo. Frio o corredor pelo mármore e pela presença do Presidente que atalhou caminho por ali, é a percepção. Era mais genuíno um trabalhador rural alentejano no MOMA de Nova Iorque.
Atendendo ao passado-passado e ao passado-presente de quem, malgré os seus escudeiros, discípulos e pitonisas, não ostenta no curriculum licenciatura em maoísmo, vertente Revolução Cultural/ disciplina de “autocrítica”, e a quem, reconhecidamente, falta o sentido de humor, muito bom mesmo:
"As repúblicas atravessam "momentos maquiavélicos""
(Imagem)