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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| O bolso do contribuinte é um poço sem fundo

por josé simões, em 30.08.14

 

 

 

O antes - "consórcio privado", e o depois - o bolso do contribuinte.

 

«De acordo com o relatório divulgado na sexta-feira pela Parpública, os derivados de cobertura de risco que recebeu associados a um pacote de financiamento que antes pertencia ao consórcio privado Elos tinham, a 30 de Junho, um valor negativo de 152,9 milhões de euros.»

 

Diz que andámos muitos anos a viver acima das nossas possibilidades.

 

[Na imagem Corporate Head by Terry Allen]

 

 

 

 

 

 

||| Não ter a puta da vergonha na cara é isto

por josé simões, em 28.08.14

 

 

 

"Nós enfrentámos ao longo destes 3 últimos anos a maior crise dos últimos 80 anos", Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, no dia 28 de Agosto do Ano da Graça de 2014.

 

 

 

 

 

||| "A nossa imagem no estrangeiro"

por josé simões, em 17.08.14

 

 

 

"A nossa imagem no estrangeiro", como não se cansa[m]vam de repetir o 'dueto da corda' Passos Coelho/ Paulo Portas, é a de um país onde os investidores são burlados pelo "mais alto magistrado da Nação", como Cavaco Silva se auto-intitula, pelo primeiro-ministro, pela ministra das Finanças, e pelo Governador do banco central, com falsas declarações sobre a solidez e a solvabilidade de um banco privado. Quem é que no seu perfeito juízo, com excepção das Goldman Sachs e dos ex-chefes de gabinete de Sarkozy's e afins, com acesso a informação privilegiada na maior das impunidades e apostados única e simplesmente na especulação financeira e nunca no investimento reprodutivo, vai investir e apostar num país governado por pantomineiros?

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

||| Circo, ignorância e má-fé

por josé simões, em 12.06.14

 

 

 

O Governo convoca os sindicatos para dia 20 Junho para discutir a reposição dos cortes salariais de 3,5% a 10% nos salários acima de 1500 euros e que o Governo aprovou no dia 12 de Junho, oito dias antes.

 

Os cortes salariais que o Governo aprovou e que vai propor aos sindicatos ficam dependentes da aprovação no Parlamento, onde o Governo tem uma maioria absoluta que o suporta, acéfala e em modo correia de transmissão e câmara de eco da acção governativa, que se demitiu das suas funções de fiscalização.

 

Depois destas etapas do "processo democrático", os cortes decididos pelo Governo, propostos aos sindicatos e aprovados pela maioria no Parlamento, ainda têm de passar pelo crivo do camarada conivente do Governo, o Presidente da República.

 

O mesmo Presidente da República que, baseado em "profundos e estudados pareceres técnicos", não pediu ao Tribunal Constitucional, nem a fiscalização preventiva nem a fiscalização sucessiva do Orçamento do Estado com os cortes salariais, posteriormente chumbados pelo Tribunal Constitucional, a pedido dos partidos da oposição e que, vá-se lá saber por que cargas de água, a vai pedir agora.

 

No final deste circo de total nonsense que é uma notícia que parece feita de encomenda pelo Governo para transmitir a ideia de que o processo é muito complexo e cheio de perigos e escolhos, ficamos com a dúvida se o jornalista é ignorante, se está de má-fé, se é mais um actor circense, não necessariamente por esta ordem, cada uma por si ou todas em conjunto.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

 

 

||| Saída à portuguesa

por josé simões, em 12.06.14

 

 

 

A saída do programa da troika, malgrado o aumento da dívida, os défices "martelados", o aumento do desemprego, o êxodo da emigração, as falências das empresas, a degradação dos serviços públicos – desde a educação à saúde passando pela justiça, a baixa do custo do factor trabalho, a precarização laboral em benefício da rigidez patronal, o empobrecimento generalizado do país, seria sempre, desse por onde desse, uma saída limpa e o contrário o assumir pela troika, e pelo Governo do para o infinito e mais além que a troika, do fracasso das suas políticas e do falhanço de todos os objectivos propostos. Apontaram-nos a porta da rua e agora estão por vossa conta. Mas, como Deus escreve direito por linhas tortas, graças ao Tribunal Constitucional a partir de agora deixar-se-á de ouvir falar em saída à irlandesa para se começar a ouvir falar em saída à portuguesa, antes do tempo e tudo, como exemplo para o futuro. Temos pena de quem quer que se siga e da devastação económica e social que terá pela frente.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| O gesto é tudo

por josé simões, em 01.05.14

 

 

 

Esta gentinha que pensa e fala em inglês também faz gestos em inglês para português ver.

 

E depois a frase assassina, dita e repetida ontem pela ministra das Finanças e por um dos vice-escudeiros do vice-trampolineiro, à frente do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, nomeado para preencher a quota do CDS no desmantelamento e destruição do Estado social: "Mais impostos para aliviar pensões e salários no Estado", como quem diz "Estão a ver? Isto tudo é por causa  dos calaceiros dos funcionários públicos – o cancro, e daqueles que por lá passaram uma bela vida e agora vivem de papo para o ar na reforma – a peste".

 

O privado contra o público, os bons contra os maus. O discurso manhoso do ódio, revertido em votos nas urnas no dia das eleições: os "bons" porque acreditam piamente nos trabalhos por que o Governo passa para pôr os "maus" na linha, os "maus" porque acreditam, piamente também, que o Governo se preocupa genuinamente com eles, com a sua condição e com a condição das suas famílias. Ainda não perdi a fé na inteligência do povo português.

 

O que vale é que é de "estratégia orçamental" que se trata…

 

 

 

 

 

 

||| Até uma criança percebe

por josé simões, em 19.04.14

 

 

 

Taxa-se, por exemplo, a cerveja a pretexto… não interessa o pretexto porque para este Governo todos os pretextos para taxar são bons e quando não há pretexto inventa-se um. A taxa reflecte sobre o consumidor no preço a pagar. O consumidor retrai-se e deixa de comprar ou passa a comprar menos. Como o consumidor não compra, ou compra menos, a fábrica não produz. Como a fábrica não produz, por falta de procura, faz o ajustamento interno e despede trabalhadores e/ ou rescinde contratos de trabalho. Aumenta o número de desempregados a receber subsídio na proporção exacta ao número de empregados que deixa de descontar para a Segurança Social. Como o número de desempregados a receber subsídio aumenta reduz-se o valor do subsídio a pagar e a sua duração temporal. Como o consumo sofreu uma queda, por via da taxa, os hipermercados, supermercados e pequeno comércio deixam de vender. Algum pequeno comércio [bares, restaurantes] despede empregados ou fecha portas, não só porque o preço do produto aumentou mas também porque há mais gente a receber menos e um desempregado tem mais onde gastar dinheiro do que andar por aí a comprar e a beber cervejas. Mais gente a recorrer ao subsídio de desemprego. Como o comércio não vende o volume de impostos a recolher pelo Estado baixa consideravelmente. Para substituir os impostos que o Estado deixou de arrecadar o Governo cria uma nova taxa. Se calhar sobre o ar que se respira. Até uma criança percebe, excepto estas crianças que se entretêm nas artes da desgovernação de um país.

 

 

O que o ministro pensa ou deixa de pensar, diz ou deixa de dizer vale tanto quanto fiador na praça, é apenas mais um verbo-de-encher cúmplice na destruição da economia e do país.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| Tudo resumido numa imagem

por josé simões, em 16.04.14

 

 

 

Na primeira página do Público de hoje.

 

É assim desde o dia 21 de Junho de 2011: o gargalhar, o gozo, de dedo esticado na cara dos portugueses.

 

 

 

 

 

 

||| Da série "Coisas Verdadeiramente Surpreendentes"

por josé simões, em 14.04.14

 

 

 

Para inglês ler, o Governo preocupado com a opinião dos portugueses:

 

"é preciso ter em conta o que as pessoas pensam sobre qual será a melhor solução"

 

Vai haver referendo, contra a sua vontade mas vai, chama-se eleições europeias.

 

[Imagem de Laurent Askienazy]

 

 

 

 

 

 

||| Lembrei-me agora

por josé simões, em 05.02.14

 

 

 

Também tem arte "roubada" e também tem colaboracionismo.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| Vira o disco e toca o mesmo

por josé simões, em 13.01.14

 

 

 

Diz o Urban Dictionary que "roncon" é «a person who takes a long time to recognize and take action when trying to conquer someone’s heart».

 

«A recandidatura da directora-geral demissionária e da sua equipa está a causar estranheza, não só pelo facto de terem apresentado a demissão há seis meses, mas pelo contexto em que esta surgiu. Elsa Roncon Santos entregou a carta de demissão a 1 de Julho de 2013, precisamente o mesmo dia em que se demitiu Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças substituído por Maria Luís Albuquerque. Quinze dias depois, numa audição na comissão parlamentar de inquérito aos swaps, a responsável afirmou apenas que a sua saída estava relacionada com “motivos pessoais”.

 

Na altura, a decisão foi associada a esta polémica dos derivados subscritos por empresas públicas para cobrir o risco de variação das taxas de juro dos empréstimos, que acumularam perdas potenciais superiores a 3300 milhões de euros, tendo cerca de 60 contratos sido considerados especulativos numa auditoria conduzida pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). Um mês antes da demissão de Elsa Roncon Santos, a ministra das Finanças tinha solicitado, ainda enquanto secretária de Estado do Tesouro, uma auditoria interna à DGTF, para avaliar qual o grau de conhecimento sobre estes produtos e a forma como o organismo actuou.

 

Essa auditoria, e uma segunda pedida por Maria Luís Albuquerque à Inspecção-Geral de Finanças (IGF), vieram a comprovar que o actual Governo teve conhecimento do risco de prejuízo e de parte das características dos swaps logo em Agosto de 2011, com a publicação de um boletim financeiro sobre as empresas públicas. As auditorias revelavam ainda uma ruptura entre os dois organismos, com a IGF a acusar a DGTF de não respondido a pedidos de informação e ao agendamento de uma reunião para discutir o tema.

 

Na altura em que a demissão foi conhecida, o PÚBLICO apurou que esta também estaria relacionada com a remodelação governamental precipitada pela saída de Vítor Gaspar. É que, com a subida de Maria Luís Albuquerque a ministra das Finanças, foi necessário nomear um novo secretário de Estado do Tesouro. Elsa Roncon Santos estaria na expectativa de ser escolhida para o cargo e terá entrado em conflito com Maria Luís Albuquerque por esta ter optado por Joaquim Pais Jorge, ex-presidente da Parpública, que acabou por pedir a demissão um mês depois, por causa da polémica dos swaps.

 

Elsa Roncon Santos foi nomeada directora-geral da DGTF pela actual ministra das Finanças, em Agosto de 2011. A carreira das duas cruzou-se no início do milénio, quando Maria Luís Albuquerque chegou à direcção financeira da Refer. Nessa altura, Roncon Santos era administradora da gestora da rede ferroviária nacional, com o pelouro das finanças. O percurso desta última responsável foi quase todo feito, aliás, em empresas públicas do sector dos transportes infra-estruturas, como a Metro de Lisboa e a CP. Actualmente, é presidente da mesa da assembleia geral da Parpública.»

 

Tudo está bem quando acaba bem. O amor é bonito.

 

 

 

 

 

 

||| 999

por josé simões, em 09.01.14

 

 

 

Como no single de 1977 da banda punk dos singles 999, "I' m Alive / Quite Disappointing", 999 é o número mágico que marca a fronteira entre estar vivo e a decepção, numa via com dois sentidos.

 

«O Governo decidiu alargar a aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) a todos os pensionistas que recebam uma pensão superior a 1000 euros brutos»

 

Bem vindos ao admirável mundo liberal, recalibrado e liberto do peso do Estado na economia, da riqueza a partir dos € 1 000.

 

«Don't like pretty bureaucracies and detentions, Don't wear those funny clothes, Get into schemes or pensions, Do the same thing every day, I can't stay up to late, Watch out for me now cos. I'm alive? I'm alive? I'm alive?»

 

 

 

 

 

 

 

||| E depois logo se vê

por josé simões, em 16.12.13

 

 

 

E até bateram o pé à troika na questão da "flexibilização salarial", os patriotas. E não fazem fé nos baixos salários. E até porque o corte no preço da hora extra, os feriados eliminados, os dias de férias a menos, as talhadas nas indemnizações por despedimento, todos os subsídios e apoios sociais reduzidos, tiveram a ver com o "aumento da produtividade" e não com o aumento da mais-valia para o patrão, como dizem as más-línguas.

 

A avaliação foi positiva [e já lá vão 10], a troika tem plena confiança no executivo e não vem auto-avaliar-se [ia escrever "e não sem vem" mas arrependi-me a tempo], como dizem a Igreja e as organizações patronais e os socialistas e os comunistas e outros que tais terminados em istas, e mais aqueles que não terminam em coisíssima nenhuma, e que todos juntos fazem figas para que tudo corra mal e que até ficam irritados e fora de si [deles] quando as coisas correm bem. Tsc… tsc…

 

E depois há o "programa cautelar" que ninguém sabe o que é. E como ninguém sabe o que é tanto pode ser carne como ser peixe. Ou bacalhau, que, como toda a gente sabe, não é carne nem peixe, mas que já ficou decidido que é assim a modos que um seguro, só faltando saber o preço do prémio a pagar.

 

E podia ter corrido melhor, e podia correr melhor do que o ter corrido melhor, não fora o Tribunal Constitucional que também pertence ao gang dos terminados em istas e que só sabe desfazer e deitar abaixo o trabalho de quem quer trabalhar a bem da… err… vocês sabem, os patriotas.

 

Esses malandros do Constitucional é que são os culpados. Eles e a oposição. E os sindicatos e os polícias nas escadarias e os médicos e os enfermeiros e os transportes públicos e os professores e os estivadores e os velhos nos bancos dos jardins a jogar às cartas e sempre na televisão e arrematar o Governo.

 

E se esses malandros vierem armados, só cortes, má onda, aos patriotas resta o Plano B. Não, não é ir abanar o capacete nas noites de fim-de-semana ali para os lados dos Clérigos no Porto, é mesmo arrumar de vez com a procura interna pela subida do IVA. Mas assim como assim a procura interna também ia ser arrumada pelos cortes previstos no Orçamento do Estado 2014… Ah, esses malandros do Constitucional e da oposição e… prontes, os istas.

 

Mas até té lá vamos vendo e depois logo se vê.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| "Não estamos a pedir mais dinheiro", diz ela

por josé simões, em 02.12.13

 

 

 

Reestruturar a dívida através duma extensão das maturidades e uma redução dos montantes e juros não pode ser, nunca em tempo algum, porque isso era reconhecer o fracasso, e o desastre para a economia e para o país, que foi este programa de ajustamento, ainda para mais alavancado pelo "ir além da troika". A opção é empurrar o problema lá mais para a frente, a mui famosa "herança que deixamos às gerações vindouras", martelada ad nauseam pelo Governo. Não é uma reestruturação da dívida, isso não, que isto é tudo gente séria e as dívidas são para serem pagas na íntegra, doa a quem doer e "aguenta! aguenta!". É "só" passar o problema para o Governo que se seguir e que vai ter de se haver com um aumento dos juros e o agravamento das necessidades de financiamento. Quem vier que se desenmerde que estes meninos têm de ficar bem na fotografia.

 

"Não estamos a pedir mais dinheiro", diz ela. Pois não, os mercados é que nos vão pedir mais dinheiro quando derem pela chico-espertice e os as taxas de juro recomeçarem a galgar barreiras.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| A Grande Farsa continua

por josé simões, em 15.11.13

 

 

 

Como se partidos da maioria e Governo não fossem uma e a mesma coisa, como se o Governo não fosse uma emanação do espírito reinante na maioria, como se houvesse pensamento próprio dentro das bancadas da maioria que não o de seguidismo amorfo e o do sim-sim acéfalo, como se na hora das votações se assistisse a tomadas de posição por motivos de "objecção de consciência" ou a rebeldias motivadas por consciência social e/ ou política, como se estas coisas não fossem todas previamente combinadas e acertadas antes de passarem para a opinião pública, como se estas coisas não tivessem sempre todas origem numa "fonte próxima" ou num "envolvido no dossier".

 

A Grande Farsa continua mas lá vão deixando cair que e tal a "aplicação de uma taxa sobre as PPP iria gerar mal-estar junto dos privados" e o coiso "constrangimentos jurídicos". Somos todos burros? Se calhar somos.