|| Um alemão [II]
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Independentemente da ideologia, independentemente das diferenças [que as há, e não são assim tão poucas] entre o nazismo e o comunismo, independentemente do nazismo e do comunismo eles próprios, a cegueira ideológica destas alminhas impede-as de perceber que a vitória do Exército Vermelho sobre o nazismo significou para os outros povos, os povos “libertados”, apenas uma troca de “libertador”, que é como quem diz apenas a troca de opressor. É que terminada a guerra os amAricanos foram embora, os russos ficaram. E impuseram o regime. Um pormenor.
«300 mil […] morreram a combater as hordas nazi-fascistas», falta a contabilidade dos centos de mil que morreram por não aceitarem a construção da «memória de um tempo novo» nem «a revisão da história» a partir do ano de 1924.
A independência, a soberania nacional e mais o direito dos povos à auto-determinação são coisas para português ouvir nos debates no Parlamento.
Atente-se ao pormenor, ao que realmente interessa. A grande preocupação não era qual o destino daqueles milhões de seres humanos, até ali vizinhos, colegas de escola, colegas de trabalho, amizades de gerações, não, a preocupação era saber qual o destino dado aos animais deixados para trás:
"Indeed, when they started interning Jews, the newspapers were flooded with outraged letters from Germans wondering what had happened to the pets they left behind.
E esta é, para mim, a parte para levar a sério, aquela que nos devia deixar todos a pensar.
Depois há o rafeiro que aprendeu a falar e a primeira coisa que disse foi 'Mein Führer' quando inquirido sobre quem era Adolf Hitler. E aquele outro, o Rolf, que dissertava sobre religião, além da falar línguas e escrever poesia, talvez por ser de raça, Airedale terrier, talvez com ascendência britânica e possivelmente educado no seio de uma família judaica, penso eu de que. E um, patriota, que logo pediu para ser alistado no exército porque não gostava de franceses…
Isto é tão, mas tão surreal, para sair nas páginas de um prestigiado Telegraph, que ainda não estou em mim:
«The patriotic German dog even expressed a wish to join the army, because he disliked the French.»
(Imagem)
No mesmo dia do ano de 1945, noutra latitude, outro símbolo de outro terrorismo era oficialmente derrubado.
Disponíveis desde hoje on-line mais de 20 mil obras de arte saqueadas pelos nazis em França e na Bélgica entre os anos de 1940 e 1945, e prontas para serem devolvidas aos seus legítimos proprietários.
(Detalhes em espanhol e inglês)
Se Sousa Mendes salvou mais vidas que Schindler porque é que não tem um nome tão conhecido/ famoso?
«With the Nazi invasion of France came an order from Portugal that no Jews or dissidents be granted passage. But one man stood tall against the decree – and in issuing visas for 30,000 people, Aristides de Sousa Mendes was to risk everything. Seventy years on, the people whose lives he saved are battling to restore his honour...»
(Mais)
«En un último momento se le entrega al líder de la escuadra una bandera de 1,37m x 0,71m para que sea colocada en la cima. Con ellos se encuentra Louis R. Lowery fotógrafo de la revista Leathermeck que captura el momento.»
A história da fotografia de Iwo Jima
Pelo Avante! ficamos todos a saber que a «II Guerra Mundial começou praticamente com a agressão do Japão na Manchúria em 1931», e uns caracteres mais à frente somos informados que neste momento «assistimos às mais indecentes operações de revisão da história da II Guerra Mundial». Sem comentários.
E já nem falo na argumentação que “exige” o desarmamento e a liquidação das armas nucleares ao Japão e o “proíbe” de uma «autonomia militar» a pretexto de uma alegada «corrida aos armamentos», não se aplicar, por exemplo, aos fascistas venezuelanos.
Infelizmente já estamos todos habituados a estes exercícios circenses nas páginas do órgão oficial dos comunistas portugueses…
(Na imagem Leopold's Underwood Typewriter, 1924, via Chicago Tribune)
70 anos da II Guerra Mundial, dossier