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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Um pequeno-almoço na Gebalis

por josé simões, em 28.10.08

 

 

Quatrocentos e cinquenta euros é para aí o valor de um pequeno-almoço na Gebalis, com gorjeta incluída. Quem pomposamente escreve “empresário” antes do nome, e se pavoneia em escandalosa exibição de sinais exteriores de riqueza, desde as roupas às viaturas, e (alegadamente) não tem arcaboiço para pagar uns míseros 450 euros a um empregado, que feche a tabanca e que vá trabalhar por conta doutrem. A ganhar 450 euros mensais.

 

(Foto de Lucia Baldini)

 

 

 

 

O Aero(Porto); a Zara; os “empresários” portugueses; e somos todos anjinhos…

por josé simões, em 03.08.08

 

Pois. E o facto da maioria das indústrias do têxtil se encontrar a norte não tem nada a ver com isto. Assim como não tem nada a ver com isto o facto de a mão-de-obra ser muito mais barata a norte; quando não é mesmo o caso de ser mão-de-obra infantil.

 

Assim de repente lembrei-me de João Cravinho e do discurso da corrupção. Num abrir e fechar de olhos um aeroporto desvaloriza, quando o contrário é que seria de esperar. Afinal é(ra) apetecível para o sector privado e para a famosa classe empresarial portuguesa. Ou o que quer que isso signifique.

 

(Foto roubada na Wired)

 

 

 

Curioso…

por josé simões, em 24.04.08

 

“Redução do horário laboral pode levar a corte de salário dos trabalhadores”
 
Como é que ainda ninguém se tinha lembrado disto?!
Está bem que a maioria do chamado “empresário” português não prima pela inteligência; mas burros, ao ponto de reduzir o horário laboral, e continuar a pagar o pouco mesmo que pagavam antes...
 
O verdadeiro “empresário” português é aquele que aumenta a carga horária laboral e reduz a massa salarial. Alguns reduzem tanto que nem chegam a pagar. Esta realidade também vai ficar consagrada em Lei?
 
(Foto de True Bavarian)
 
 

Terrorismo empresarial

por josé simões, em 24.10.07

 

Paulo Nunes de Almeida presidente da Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal, discursando na abertura do 9.º Fórum da Indústria Têxtil, e na presença do ministro da Economia, contestou a meta imposta pelo Governo de chegar a 2011 com um salário mínimo de 500 euros mensais. E disse mais. Exigiu como forma de contrabalançar este aumento “a isenção dos descontos para a Segurança Social das horas suplementares, a limitação dos montantes globais das indemnizações por despedimento, bem como a alteração do pagamento do total do rendimento anual dos trabalhadores de 14 para 12 meses, ou seja, o fim dos subsídios de Natal e de férias” (Público, sem link), no que foi apoiado pelo presidente da Escola de Gestão do Porto, “Não se pode ter tudo ao mesmo tempo e se há problema que tem atingido a economia portuguesa é o encarecimento excessivo dos últimos anos e isso tem muito a ver com a evolução dos salários” disse Daniel Bessa.
 
O blogue não podia estar mais de acordo com Paulo Almeida e com Daniel Bessa. Não se pode ter tudo ao mesmo tempo! Onde é que já se viu; passa pela cabeça de alguém com um mínimo bom senso que um operário possa vir a ganhar 500 (qui-nhen-tos!) euros mensais em 2011?! Isto realmente é de loucos! Então e as margens de lucro do nosso querido patrãozinho, ein?! E o parque automóvel do Vale do Ave a necessitar de urgente renovação, ein?! Então e as margens de lucro que vão diminuir substancialmente, não permitido manter um estilo de vida consentâneo com o estatuto de “empresário”, ein?
 
Era disto que Cavaco Silva falava, – o Presidente porque nestas coisas há sempre que distinguir o heterónimo Cavaco Presidente do heterónimo Cavaco Primeiro-ministro – quando apelou aos “empresários pela inclusão social”?
 
O blogue como prova de compreensão e de solidariedade para com a classe empresarial lusitana, vai fazer-se à estrada e lançar uma petição on-line para que se acabe de uma vez por todas com essa modernice do horário laboral, e se volte a introduzir o sistema de trabalho de sol-a-sol. A bem do empresário, perdão, a bem da economia da Nação. Amén.
 
Adenda: Proponho aos jornalistas destacados para estes eventos um exercício simples de fazer: na fase das perguntas peçam aos entrevistados – patrões do têxtil e do vestuário – para mostrarem as etiquetas dos fatos e das gravatas que usam. Portugal?! O que é isso Portugal?! Onde é que isso fica?! Pode parecer que não, mas tem a ver com o que atrás foi escrito.
 

Empresário-sapateiro ou Sapateiro-empresário?

por josé simões, em 21.09.07

 

Leio hoje no suplemento Economia do Público que, em S. João da Madeira, há uma fábrica de calçado de gestão familiar e produção artesanal – métodos de 1945! – que está no topo do segmento de luxo do sector. Nesta empresa em que alguns modelos de sapatos chegam a custar 300 euros, facturou-se no ano de 2006 um milhão de euros e as previsões para este ano apontam para um crescimento de 20 por cento. A fábrica labora com 40 funcionários que «ganham acima do salário mínimo» e mesmo assim, segundo o proprietário que se queixa de falta de mão-de-obra, “só a muito custo conseguiu contratar dois operários”. Eu até era pessoa para ficar cheio de pena do senhor, de nome Manuel de Almeida Jorge, se antes, e pela boca do mesmo, não tivesse ficado também a saber que “as pessoas não querem trabalhar e penso que é assim porque o subsídio de desemprego acaba por ser superior ao salário, descontadas as despesas com as deslocações, a alimentação e a guarda dos filhos.
 
Era para terminar este post com um lacónico “No comments”, mas não resisto.
Senhor empresário, Vossa Excelência é um monumento vivo ao empresário português: paga acima do salário mínimo (quanto? Um euro já é acima…), mas não paga alimentação nem transportes, e como se não bastasse, os candidatos aos postos de trabalho ainda têm o desplante – é preciso ter lata (os trabalhadores) – de terem filhos e família! Filhos que, de há uns tempos a esta parte e por via das fiscalizações, passaram a ser um empecilho, senão tinham um futuro risonho, assegurado na sua unidade de produção a trabalhar ao lado dos pais, porque de pequenino é que se torce o destino, e isso da escola são ninharias, comparado com o supremo desígnio que é produzir … Segundo deduzo pelo implícito nas suas palavras, as pessoas ainda deviam dar graças a Deus por haver à face da terra criadores de riqueza da sua estirpe, e pagarem para trabalhar na sua fábrica; realmente estes candidatos a manufactores de calçado são uns ingratos… Já pensou em deslocalizar a produção para um daqueles países onde se trabalham 18 horas por dia a troco de uma malga de arroz?

Flexigurança e empresários portugueses

por josé simões, em 17.01.07
Cavaco Silva não para de nos surpreender.
 
Não houve ninguém que, ainda se não tivesse interrogado acerca do porquê do português-imigrante ser unanimemente considerado, no país de destino, como o trabalhador modelo. Pontual, trabalhador, cumpridor.
Se assim é lá fora, porque assim não é cá dentro?
 
A resposta veio da Índia, pela boca do Senhor Silva, não o Carvalho da CGTP, mas o outro, o Presidente da República, pessoa insuspeita nestas matérias:
 
Os portugueses são capazes de fazer muito e bem.”
“Os soldados são bons, os capitães são capazes de não ser tão bons.”
 
Acusando o toque, Ludgero Marques, presidente da Associação de Empresários Portugueses, recorre ao argumento do mau treinador que, para colmatar a sua incapacidade, constantemente exige novos reforços:
 
“Gostava que o Governo fosse muito mais ousado e que percebesse que a grande reestruturação da indústria passa pelas leis laborais.”
 
Já todos percebemos que o grande objectivo dos empresários lusos é, poder despedir a eito, daí o seu interesse no conceito flexigurança. O resto, o que fica para lá da flexibilidade, a segurança, isso fica a cargo do Estado. Assim chegamos a outra característica da classe empresarial portuguesa: Há Estado a mais na vida das empresas, via leis laborais reguladoras; excepto no que toca ao Estado arcar com os custos das políticas sociais se as leis forem alteradas; aí sim, todo o Estado que houver é pouco e bem-vindo.
 
Duas questões para colocar a Ludgero Marques:
 
. 1 – A flexigurança aplicada à classe empresarial
 
. 2 – O sistema de castas indiano aplicado à economia portuguesa.
 
Obrigado.

...

por josé simões, em 15.01.07
“Dois anos depois da liberalização do comércio mundial, a indústria portuguesa de têxteis e calçado conseguiu sobreviver ao embate dos produtos asiáticos. E está até a recuperar, ainda que reduzindo as margens de lucro.”
 
Diário de Notícias, suplemento Economia em 15/ 01/ 2007
 
Baixaram as importações de Ferraris e Maseratis para o Vale do Ave em detrimento de Mercedes e BMW’s, os que andavam a pé… continuam a andar a pé.
 
Provérbio: “O mal de uns é o bem de outros”.

Breves

por josé simões, em 28.09.06

- Na passada semana, José Maria Ricciardi, presidente da comissão executiva do BESI disse ao Jornal de Negócios. "Liberalizar despedimentos com esta classe empresarial é um risco que não correria", ontem pelos media, tivemos acesso ao relatório sobre competitividade do Fórum Económico Mundial, onde os gestores e empresários portugueses aparecem muito mal classificados, abaixo mesmo das empresas publicas.

Pergunta: combinaram-se?

 

Na Guatemala, a policia conseguiu finalmente, e ao fim de 10 (dez) anos  entrar numa prisão que era gerida pelos próprios presos.

Havia de tudo e para todos os gostos. Desde supermercado a piscina, casas de banho com banheiras equipadas de jacuzzi, uma destilaria e uma fábrica de cocaína.

Pergunta: havia máquina de distribuição de seringas?

 

A Opera de Berlim resolveu cancelar a apresentação de "Idomeno" de Mozart.

Na encenação assiste-se á decapitação, de entre outros, Jesus e Maomé. A justificação foi evitar actos terroristas da parte dos "radicais islamicos". Não entrando pela inqualificável capitulação da liberdade de expressão que isto representa, a pergunta: Existem moderados islamicos? se existem onde é que eles estão que nunca se manifestam nas ruas contra as barbaridades dos radicais?

 

Também pelos media ficámos ontem a saber que a Russia assinou um protocolo com o Irão para o fornecimento de uranio que vai permitir a entrada em funcionamento das "famigeradas" centrais nucleares. Diz a Russia que não há problemas no que toca á possibilidade de o Irão vir a fabricar uma bomba, uma vez que o uranio enriquecido será enviado para a Russia.

Pergunta: e se o Irão resolver não enviar? a Russia vai lá buscá-lo?

 

No mediatico caso "Envelope 9", Jorge Sampaio instou o procurador Souto Moura a explicar como foi possivel que o registo de telefonemas de altas figuras do Estado figurasse no processo Casa Pia. Oito meses depois e em resposta ao pedido do agora ex-Presidente, dois jornalistas são indiciados por terem descoberto o caso.

Pergunta: falamos todos a mesma lingua?

 

Segundo o New York Times, um relatório de 16 (d-e-z-a-s-s-e-i-s) serviços secretos dos Estados Unidos, conclui que a invasão do Iraque provocou o alastramento do fundamentalismo islamico e do terrorismo internacional. Resposta de Bush, ontem em conferencia de imprensa: "Naif!".

Pergunta: são todos admiradores de Marc Chagall?