"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
United Kingdom, London / Netherlands, Den Haag / Germany, Frankfurt / Spain, Galiza, Madrid , Barcelona / Greece, Athens / France, Paris / Italy / Ireland, Dublin / United States / Portugal, Aveiro, Barcelos, Braga, Coimbra, Faro, Funchal, Guimarães, Lisboa, Loulé, Marinha Grande, Portimão, Porto, Santarém, Setúbal, Vila Real, Viseu.
Atendendo a que o campeonato se joga sobretudo ao fim-de-semana e que na quinta-feira, dia da Liga Europa, havia um estádio cheio e um estádio vazio na segunda circular em Lisboa, e que, manifestamente, não fica no caminho entre o Porto e Coimbra, a senhora Viviane:
a) Veio de avião e a voar baixinho para poder ver os estádios
b) Veio pela estrada nacional porque pagar portagens custa a todas as bolsas, e de caminho viu os estádios
c) Foi emprenhada pelos ouvidos pelo Espírito Santo de orelha
O que a gente dispensava era lições de moral e boa governação, do governo português por interposta pessoa, a vice-presidente de uma Comissão Europeia, presidida por um português que inaugurou estádios vazios, e surpreendida com a recessão e o desemprego em Portugal, provocados por um Governo, também ele surpreendido, e que lhe segreda ao ouvido as justificações para a austeridade ideológica, aplicada em nome de estádios vazios, e que já não convencem ninguém, além da Comissão Europeia, do fracasso da política governativa sancionada pela Comissão Europeia.
Pela primeira em vez em muitos Natais a cidade parece-se com uma cidade e não com uma Las Vegas de plástico, com as fachadas dos edifícios e o interior das janelas forrados a neons baratos da loja do chinês.
Curioso por saber a importância que o "combate à fraude" teve nesta normalização estética natalícia.
Agora em "modo Eusébio". Era o que se dizia do king-pantera-negra nos seus tempos áureos de jogador e a propósito das suas limitações ao nível do discurso; que não era pago para fazer palestras mas para marcar golos. E como era genuíno fazia o que sabia e marcava golos. Muitos. Não se armava era em jogador, não fazia teatro, não marcava na própria baliza.
Corria o ano de 1990 e chegavam, vindas da Europa, caravelas carregadas de ouro como no tempo do ouro do Brasil. Era primeiro-ministro o senhor Aníbal Cavaco Silva que assistia, por detrás das vidraças da marquise na Travessa do Possoilo, à criação do Banco Alimentar Contra A Fome no intervalo de receber o bispo de Setúbal, vermelho de clamar contra a miséria e o desemprego, no Palácio de S. Bento com um almoço de jaquinzinhos com arroz de tomate.
Só quem nunca leu "Se Isto é um Homem" de Primo Levi ou Robert Antelme em "A Espécie Humana", só a título de exemplo, é que pode dizer que "há limites aos sacrifícios que se podem pedir aos portugueses" ou que o país não aguenta mais austeridade. "Ai aguenta, aguenta!".
Cavaco Silva Presidente da República, credibilidade zero. Pedro Passos Coelho primeiro-ministro, credibilidade zero. Vítor Gaspar ministro das Finanças, credibilidade zero. Paulo Portas ministro de qualquer coisa desde que seja ministro, credibilidade zero. 2013 Vai ser um ano de "chumbo" nas empresas e nas ruas. Nós não somos a Grécia. Pois sim. LOL.
A união faz a força, é senso comum, aprende-se logo em pequenino, praticamente que se nasce a ouvir dizer isso.
Os fascistas estamparam a ideia na bandeira com o facho, o molho de varas – o poder do povo, unidas em torno do machado – a autoridade do Estado; os comunistas idem, com a foice e o martelo símbolo da união entre os operários e os camponeses e reforçaram a ideia com a máxima "proletários de todo o mundo, povos de nações oprimidas, uni-vos!".
As pessoas começam a perceber que não é pela estigmatização do outro, do "nós não somos aquele", qual leproso na Idade Média, que vão conseguir fazer ouvir a sua voz, antes pelo contrário, pelo que aprenderam desde pequeninos, que a união faz a força. E o que faz a elite política, eleita pelo povo para fazer ouvir e valer a voz do povo? Faz nada e ainda atrapalha. Estamos entregues à bicharada.
«O primeiro-ministro garantiu que o programa de ajustamento português não foi tópico de discussão durante o Conselho Europeu. "Estamos muito confortáveis com as decisões tomadas a nível europeu sobre o programa português", acrescentou.»