A geração de Paulo Portas (Os descendentes)
por josé simões, em 26.11.07
O CDS/ PP que não organiza almoços e jantares comemorativos da data que pôs fim a 48 anos de ditadura e repressão, e restituiu as liberdades (atenção ao plural)ao povo português – o 25 de Abril, celebra o 25 de Novembro. Cada qual é livre de celebrar as datas que na sua escala de valores considera valerem mais. Até de celebrar o 28 de Maio; e esse é indubitavelmente um mérito do 25 de Abril.
Uma das liberdades adquiridas com o 25 de Abril foi a de qualquer um poder dizer o que lhe vai na alma. Mesmo a maior das barbaridades. E o que disse o líder da Juventude Centrista, Pedro Moutinho, no jantar evocativo do 25 de Novembro (link aqui e aqui) é, sem sombra de dúvida, mais que uma gafe: uma barbaridade. Mas não uma barbaridade que possa ser classificada como falta de informação ou de cultura geral, do género daquelas que levavam os miúdos a apanhar umas reguadas na primária quando não sabiam a data da batalha de Aljubarrota; mas antes uma barbaridade de ressabiado com o 25 de Abril, e com tudo o que significou e que ainda representa no imaginário do povo português, independentemente do partido em que votam. Na melhor linha dos meninos trauliteiros e caceteiros que já aqui havia evocado e que grande celeuma causou aqui.
Aqui no blogue sabemos perfeitamente que o CDS, antes de ser PP, foi uma das vítimas do 25 de Abril. Uma vítima que, apesar de ter sido o único partido com assento parlamentar à época a votar contra a Constituição de 75, não lhe impediu o acesso à cadeira do poder por via de uma coligação com os socialistas, e com Mário Soares como Primeiro-ministro. Mas isso são contas de outros rosários (mais uma vez, atenção ao plural).
Fomos vasculhar no baú, e encontrámos as provas dos assaltos e destruições às sedes do CDS, que Pedro Moutinho referiu no discurso. Atenção portanto às imagens, onde é possível ver perfeitamente Bernardino Soares com 4 anos em alegre pilhagem: