|| Comunismo já não é fomismo
A velha máxima “comunismo é fomismo” metamorfoseou-se em “extremo-direitismo é fomismo”, com o PCP a trocar de posição no Parlamento com um CDS a cavalgar a maior crise económica desde a Grande Depressão, e a capitalizar nas urnas com um discurso a apelar aos instintos mais primários de um eleitorado assolado pelo desemprego, preocupado com o aumento da criminalidade, com medo do imigrante que lhe venha roubar o posto de trabalho e a habilmente redireccionado para olhar para baixo na escala social, para os beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
Quem boa cama fizer nela se vai deitar e para bom entendedor meia palavra basta, e o pau pode vir e já não ir e deixarem de folgar as costas. Este resultado do CDS é mau sinal: é sinal que no eleitorado português começa a haver abertura para “experiências” mais radicais.
(Na imagem Great Depression, Dorothea Lange's Migrant Mother)