|| Circus PIN
Eu também acho que "não pode ser o Governo a decidir que empresas salva".
Agarra-se aí nuns terrenos anteriormente vedados à construção por serem Reserva Ecológica Nacional ou Rede Natura 2000 ou Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina ou Parque Natural do Douro Internacional ou Barragem do Alqueva, de preferência e porque o Allgarve já secou, vendem-se ao preço da uva mijona porque neles não se pode sequer montar uma tenda de campismo selvagem quanto mais urbanizar, e depois o “empresário”-comprador, que invariavelmente se movimenta bem no backstage do poder, apresenta ao senhor Basílio Horta mais a sua API um plano de urbanização na área do turismo, bem sustentado localmente, criador de milhares de postos de trabalho, com zonas verdes a perder de vista e que são invariavelmente campos de golfe, e com um estudo de impacte ambiental inatacável não fora ter sido feito pela mesma entidade que apresenta o empreendimento. PIN aprovado pelo ministério da Economia.
Entram em acção as grandes construtoras que vão erguer o empreendimento, que concedem umas empreitadas a médias empresas, que concedem umas sub-empreitas a piquenas empresas, que concedem umas sub-sub-empreitas a outras ainda mais piquenas, e pelo meio os milhares de postos de trabalho afinal são para uns desgraçados ilegais que são pagos pela metade do que o contrato de trabalho estipula, sem contrato de trabalho, sem segurança social, sem quaisquer direitos e garantias e até mesmo sem a garantia de virem a receber no final do mês. Se isto não é o Governo a engordar, perdão, a salvar empresas, e mais grave, a destruir o património natural e ambiental que é de todos nós…
(Na imagem Circus Aerialist Bella Attardi, hanging on rope practicing aerial ballet for Ringling Bros)