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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| A Morte sobre rodas

por josé simões, em 26.03.09

 

A propósito do relatório da Amnistia Internacional que coloca a China como detentora do recorde mundial de execuções pela Pena de Morte (72%, 1718 execuções em 2008, podendo os números ser maiores), recupero aqui nas páginas do blogue o Autocarro dos Condenados, na foto).

 

A China inventou o autocarro das execuções, para poupar tempo e dinheiro e, sobretudo, para recuperar os preciosos órgãos dos condenados, que são imediatamente retirados, para de seguida voltarem a ser vendidos para transplantes. Para isso, havia a necessidade de os corpos dos condenados serem transportados imediatamente para uma sala de cirurgia. A solução encontrada, como forma de rentabilizar todo o processo, foi aplicar a injecção letal num autocarro enquanto é percorrido o caminho para o hospital.

 

Asséptica – A notícia da existência destes autocarros não é nova e já foi falada há uns anos atrás na imprensa chinesa. São fabricados pela Jinguan Auto que desde 1992 constrói ambulâncias, veículos policiais, mini bus para o transporte de valores e carros blindados, e vendeu até agora uma dúzia destes mini bus de 7 metros de comprimento e 17 lugares. O condenado é colocada numa cama, mãos e pés amarrados, em seguida é-lhe aplicada a injecção letal. Existe também um sistema de vídeo para filmar a execução e para certificar que tudo é feito legitimamente.

 

Vantagens – A outra "vantagem" do autocarro é que pode chegar à mais remota aldeia chinesa onde haja a necessidade de executar alguém, sem ter que transportar o condenado para a prisão provincial, com custos acrescidos e tempo extra dispendido. A execução por injecção letal foi solicitada pelos carrascos. Anteriormente os condenados à morte eram executados com um tiro de pistola no pescoço (por vezes mais que um). O executor tinha de vestir fato de macaco e calçar botas de borracha para evitar ser atingido pelo sangue das vítimas. Além disso, com o aumento das execuções de traficantes de droga (muitas vezes eles próprios toxicodependentes), os carrascos receavam doenças como a SIDA.

 

Qualquer semelhança com a “indústria da morte” do regime nazi na Alemanha do III Reich é pura coincidência.

 

Via Corriere Della Sera

 

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