Não ter um pingo de vergonha
Não ter um pingo de vergonha na cara é, alguém que aufere dos salários mais generosos que existem em Portugal; dum sistema de pensões de reforma a roçar o hard-core, em função do desempenho e resultados (recentemente) apresentados, vir classificar de “generoso” o subsídio de desemprego. A haver um método de avaliação “à Maria de Lurdes Rodrigues”, Vítor Constâncio e a sua equipa nunca passavam da categoria “Escriturário de 2ª”. Este senhor é socialista; dizem.
Não ter um pingo de vergonha na cara é o patrão da CIP, à boleia de Constâncio, dizer que há empresas com falta de mão-de-obra porque as pessoas preferem ficar em casa a receber o subsídio de desemprego ao invés de irem trabalhar. È necessário convencer as pessoas a ir trabalhar; Van Zeller dixit, com ar de alígena que acabou de aterrar na Lusitânia.
O que o alígena Van Zeller não disse, não porque não saiba, mas porque nos come a todos por estúpidos, foi, se os patrões ao invés de andarem a chorar um miserável aumento de 24 euros, para se atingir um miserável salário mínimo de 450 euros mensais, pagassem salários condignos aos trabalhadores, de certeza ninguém arriscava ficar em casa. Não compensava perder dinheiro com o subsídio.
Quero acreditar que o Relatório de Outono de Vítor Constâncio do secretário do Tesouro de Sócrates é mesmo isso: um relatório, e não um batedor ao serviço do Governo.
(Foto fanada no La Repubblica)