“Dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho”
E agora com licença que vou até ali a casa duns amigos, despachar umas sardinhas escorchadas e umas entremeadas no carvão, carregadinhas de sal e manuseadas sem luvas, mais uns enchidos do Alvito, tudo acompanhado com uma água-pé tinto da zona de Fernão Pó, que nem que os asaes se mordam todos lhes passa pelas beiças. Se houver tempo e espaço no alforge ainda atacamos umas castanhas e uma bagaceira, feita à socapa no mesmo sítio da água-pé, e que se S. Martinho quiser, porque nós queremos de certeza, também não há-de passar pelas goelas dos encapuzados do António Nunes. E os putos - grande e pequenos - também comem. Não há cá paneleirices de McDonald's e Pizza Hut. E falamos do Obama, de manifestações e nacionalizações, do Benfica e de outras coisas assim importantes. E os putos também ouvem as conversas. Amén.
(Imagem: S. Martinho em calcário, ano de 1531, Museu Gulbenkian)