Ir a banhos em Agosto (II)
Ainda sou do tempo em que se ia à boleia para a Praia da Figueirinha. Ou de “Cacilheiro” até Tróia e depois bater 7 ou 8 quilómetros a pé pelo areal até bem depois da Praia do Parque de Campismo, onde não havia ninguém, há excepção de uns melgas que passavam o dia atrás das moitas a espreitar as mulheres.
Levar enrolado na toalha duas sandes, uma peça de fruta e uma garrafa de água que depois era enterrada na areia junto à rebentação. Era o frigorífico onde às vezes também cabia um melão ou uma meloa.
Lia-se um livro manhoso, o Record ou a A Bola, nos intervalos de dormir e ir ao banho. Paz e sossego.
Agora praia que se preze tem massagem, hidroginástica, dj, bar com caipirinha e as melgas que dantes espreitavam as mulheres atrás das dunas foram substituídas pelas melgas que aparecem nas capas das revistas.
Fónix! É nestas alturas que um homem percebe que está a ficar velho…
(Porque é que as pessoas vão à praia?!)