Da Classe Média
Prefácio: Eu nestas coisas sou muito radical.
Continuo a achar que, a “classe média”, a par da “classe empresarial”, em Portugal, são as duas maiores patranhas que se tentam impingir aos portugueses desde há pelo menos 34 anos a esta parte.
O que na realidade existe é uma classe de patos-bravos (termo genérico; não só na construção civil e obras públicas) que vive encostado à sombra do Estado, e a que se convencionou chamar “empresário”.
O que na realidade existe (existia?) era uma legião enorme de funcionários do Estado mais as suas famílias; famílias subsidiárias e famílias adjacentes, com salários em média superiores aos dos outros trabalhadores; com acesso a um conjunto de benesses e regalias que os outros cidadãos não tinham (não têm), e a que se convencionou chamar de “classe média”.
Quanto ao resto estamos de acordo. “O alargar do fosso social (…) os mais ricos rumando à oligarquia e ao paralelo esmagamento proletário”.
(Foto de Bill Brandt fanada no El Mundo)