Em estado puro
Adiei sempre uma ida a Rock In Rio. Demasiado mainstream; “a melhor música de todas as estações”; “só grandes músicas”, e por aí. Não faz o meu estilo. Não foi por aí que eu andei. Acedi ontem pela primeira vez. Winehouse a razão da minha cedência.
Posso afirmar que já vi pior. Estou a lembrar-me de um Freddy Hubard no Seixal Jazz… Mas, uma coisa vos digo, do alto dos milhares de quilómetros de concertos que trago nos ouvidos, e outros tantos milhares como roadie em concertos e tournées; e ainda outros tantos como dj: génio em estado puro nunca tinha visto; ao vivo e para cem mil pessoas. Só fica escandalizado; só ficou desiludido, quem nunca esteve no backstage. E não me estou a referir à parte detrás dos palcos. Estou a falar do sítio onde os músicos se encontram e ensaiam; do sítio onde as músicas nascem em jam session pela noite e pela madrugada.
Guardem o bilhete. Um dia vão poder dizer: eu estive lá, e está aqui a prova!
Voltando ao princípio do escrito, e Amy à parte, esta incursão em terrenos das maiorias só veio confirmar a minha relutância em relação ao Rock In Rio. Há muito, mas mesmo muito tempo, que não via tanto betinho junto! (terão lido o Dicionário do Calão?); muito plástico e pouca uva.
E como os génios não andam aí pelas esquinas, uma coisa vos garanto: nem que Frank Zappa desça à terra; Rock In Rio: eu não vou!
(Foto roubada no 31 da Armada)