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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

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por josé simões, em 12.01.07
Apesar de haverem dois despachos ministeriais e, uma providência cautelar do Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria, ordenando a suspensão do abate de sobreiros na herdade da Vargem Fresca, naquele que ficou conhecido como o caso Portucale (nome da empresa pertença do Grupo Espírito Santo); os trabalhos foram reiniciados em Novembro do ano passado, com base numa autorização do Núcleo Florestal do Ribatejo (NFR).
 
Após denúncia pela comunicação social do reinício dos abates ilegais, o ministro da tutela Jaime Silva, ordenou a instauração de um processo disciplinar ao responsável do NFR, António Gonçalves e consequente suspensão de funções.
 
Independentemente da atitude fora-da-lei de António Gonçalves, independentemente dos processos disciplinares instaurados, o que importa aqui atender é ao comportamento de uma empresa pertença de um grupo financeiro (BES), que se quer credível e que, até há pouco tempo a esta parte, se vinha publicamente queixar pela voz do seu presidente de perseguição, nomeadamente em Espanha.
 
O que importa aqui atender é que um grupo como o Espírito Santo, com todo o batalhão de advogados e acessores jurídicos ao seu dispor, sabia perfeitamente que uma ordem de Núcleo Florestal nunca se poderia sobrepor a dois despachos ministeriais e a uma providência cautelar do Tribunal e, mesmo sabendo que iria contra a Lei, decidiu avançar.
 
A isto chama-se má-fé. A isto chama-se falta de escrúpulos. A isto chama-se pirataria. A isto chama-se Chico-espertismo.
 
Seria deveras interessante ouvir Ricardo Salgado dizer de sua justiça.