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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

As “virgens ofendidas”

por josé simões, em 28.01.08

 

O bastonário da Ordem dos Advogados afirmou que há corrupção no Estado, promiscuidade entre o privado e o público, e que os sinais exteriores de riqueza são tão evidentes que só não vê quem não quer, e como muito bem escreveu Eduardo Dâmaso, logo vieram as “virgens ofendidas” pedir casos concretos.
 
Mais rápido que a própria sombra, o procurador-geral da República mandou abrir inquérito, tendo o cuidado de fazer alusão no despacho “à gravidade das afirmações feitas”. Não percebo, sinceramente, o que Pinto Monteiro quer dizer com isto. Preocupação com as “virgens” ou com a corrupção? Talvez a ideia base seja a mesma que leva a que, por exemplo, o governador do Banco de Portugal diga que não convêm fazer ondas com os casos BCP para não criar instabilidade; ou que a comissão parlamentar de inquérito à actuação do Banco de Portugal nunca venha a ser constituída, também em nome da in(e)stabilidade.
 
Para o comum dos mortais, arredado destas coisas das promiscuidades, das opacidades e das corrupções, os sinais de instabilidade vêm destes pequenos sinais: no pasa nada! não fazer ondas!
 
No entretanto, e como isto está tudo ligado, lembrei-me de repente daquele estudo apresentado no Fórum Económico e Mundial dias antes das declarações do bastonário, e que alguns políticos se apressaram a vir desvalorizar, e que versava sobre a confiança depositada pelos cidadãos na classe política. Zero ou quase. No fim duma tabela onde os professores eram os primeiros Porque será?!
 
Adenda: já que parece que vai haver uma investigação, seria de bom-tom não excluir o actual Governo. Pelos comentários do “virgemJosé Sócrates (condicionar a investigação?): “neste Governo não!
 
E ouvir também Luís Filipe Menezes. Esta coisa de propor um “pacto de regime” para as obras públicas…
 
(Foto fanada no Le Soir)