Ainda os “fumos” do comandante da ASAE
por josé simões, em 03.01.08
Este senhor, se tivesse já não digo bom-senso, que isso é coisa que está mais que provado não impera lá para as bandas da ASAE, mas no mínimo juizinho, estava calado, admitia o erro, invocava o acto como um reflexo, fruto de um hábito enraizado, pedia publicamente desculpas, disponibilizava-se se fosse o caso a pagar a multa, ia à sua vidinha e a coisa já tinha caído no esquecimento.
Porque a sorte deste senhor é, como se usa dizer, sermos um país de brandos costumes; fosse por exemplo em Inglaterra, onde faz escola um determinado tipo de jornalismo ávido de “sangue”, e já tinha à perna uma quantidade de jornalistas a vasculhar-lhe a vida de alto a baixo; um Inferno!
Não se tinham ficado pela foto da cigarrada no casino; se tinha pago o reveillon ou se lhe fora oferecido; se pagava ou não nos restaurantes onde almoça e janta, sozinho ou com a família; as eventuais ofertas e lembranças que recebe; tudo isto posteriormente comparado com as inspecções e os autos levantados pelo organismo que dirige, e arranjavam-lhe um trinta e um tal, que, na melhor das hipóteses, até ao Carnaval, já andava no mínimo a arrumar carros na avenida Luísa Todi.
(Foto de Gavino Keeffe para o Guardian)